Aluno perde a vantagem do "networking"

Empresa ganha porque reduz custos e concentra seu pessoal, mas profissionais deixam de criar novos contatos no mundo dos executivos, aponta diretor de escola

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Por Agencia Estado
Atualização:

O diretor da Escola de Marketing Industrial (EMI), José Carlos Teixeira Moreira, acha que os cursos in company trazem mais benefícios para a empresa do que para os alunos. ?As aulas dadas dentro das indústrias são muito convenientes desde o ponto de vista operacional. Mas o ?networking? é praticamente anulado?, diz, referindo-se ao relacionamento entre os alunos. O diretor da EMI acompanhou recentemente um salto na carreira de um executivo, que foi descoberto e contratado por outro de alto-escalão, quando cursaram juntos um MBA. ?Os cursos abertos possibilitam estas trocas. Porém, mais do que evitar a participação dos funcionários neste tipo de atividade, as empresas devem colocar outros meios para reter os talentos, pois o aperfeiçoamento do profissional é indispensável.? Moreira também considera que usar as mesmas instalações onde o profissional exerce sua função rotineiramente para lhe dar aulas prejudica a qualidade do curso. ?O ambiente é um dos grandes aliados dos professores na busca do bom desempenho?, afirmou. Para não entediar Almir Ferreira de Souza, da FIA/USP, lembra que um dos cursos in company que mais lhe exigiu habilidades foi um de Matemática Financeira para técnicos, advogados, engenheiros e administradores de uma mesma empresa. ?Tive que transmitir o conteúdo com muita arte para não entediar os especialistas do setor e ao mesmo tempo motivar os leigos no assunto?, destacou. Ele pondera que o in company barateia o processo educativo, saindo 30% mais em conta que as demais modalidades. ?A FIA exige nos cursos abertos, bem como nos fechados, 400 horas presenciais?, esclarece. Segundo ele, há espaços para os dois no mercado. Na prática, as escolas devem se adaptar à tendência natural do indivíduo que indica a educação continuada como indispensável para o sucesso da carreira, seja dentro ou fora da empresa.? A FIA atende, entre outros, o Bradesco, Vale do Rio Doce, Petrobras, Banco do Brasil, Caterpillar, Telefônica e Perdigão. leia também Empresa vai à escola com os cursos in company Estrangeiras também têm procura maior por cursos sob medida

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