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Aliado de Alckmin ainda tenta barrar criação da CPI da Merenda

Campos Machado alega que presidente da Assembleia assinou requerimento, o que é vetado pela regra interna

Por Fabio Leite
Atualização:

SÃO PAULO - Líder do PTB e aliado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), o deputado Campos Machado tentará anular o requerimento com a pedido de instalação da CPI da Merenda na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), protocolado na semana passada com ampla adesão de parlamentares após a ocupação do plenário da Casa por estudantes de escolas técnicas e estaduais.

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Nesta terça-feira, 17, por 49 votos, deputados da base e da oposição aprovaram o regime de urgência do projeto que cria a comissão parlamentar de inquérito, acelerando sua instalação.    Segundo Campos, o requerimento da CPI foi assinado pelo presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB), o que é proibido pelo regimento interno. O tucano é um dos investigados pela Operação Alba Branca, da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual (MPE), por suspeita de integrar o esquema de superfaturamento e pagamento de propina em convênios da Cooperativa Agrícola Familiar (Coaf) para fornecimento de suco na merenda escolar para o Estado e 22 prefeituras. Ele nega.

O petebista, que se diz contrário à comissão porque o caso já é investigado pela polícia e pela Promotoria, questiona ainda o fato de Alesp querer dar prioridade à CPI da Merenda em vez de outras comissões protocoladas antes, como a CPI do Detran, para investigar suposto esquema de corrupção no Departamento Estadual de Trânsito.

"O que me estranha é que de uma hora para outra todo mundo resolveu assinar a CPI, só por causa da invasão dos alunos. Não pode ser assim. Até o presidente assinou, o que não pode. Talvez esse requerimento seja nulo", disse.  

Plenário da Casa chegou a ser ocupado em protesto de estudantes que cobravam a instalação da CPI 

O projeto de resolução que cria a CPI deve começar a ser discutido hoje no plenário, mas a tendência é de que a comissão só seja instalada na semana que vem ou em junho por causa das obstruções que Campos pretende fazer. Os deputados discutem a proposta por até seis horas em duas comissões em plenário para depois votar o projeto.

Se for aprovado, o presidente da Casa pede para que os líderes indiquem os parlamentares que farão parte da CPI e o integrante mais velho convoca a primeira reunião da comissão.

"CPI, em 99% dos casos, não serve para investigar nada mas apenas para fins políticos. Voto a favor única e exclusivamente pela bancada do PSDB", disse o tucano Barros Munhoz. "Concordo com o deputado Campos Machado, vou atender a um pedido do senhor presidente. A CPI sairá como mais um atestado de idoneidade de vossa excelência", disse Milton Leite Filho (DEM), ao anunciar voto a favor da CPI para Capez. "Votamos nesta noite sobre pressão de meia dúzia de estudantes que invadiram essa casa", criticou Campos Machado.

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