Alckmin afirma que não dará reajuste aos professores

O governador de São Paulo rebateu as críticas do governo federal sobre o modelo de progressão continuada e disse que ele está sendo aperfeiçoado

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governador Geraldo Alckmin afirmou que não vai dar o reajuste de 24,9% reivindicado pelos professores da rede estadual de ensino e que apóia a municipalização do ensino, outro ponto criticado pela categoria, que se reuniu em assembléia hoje, sob o vão do Masp, em São Paulo. O governo paulista lançou nesta quinta-feira, dia de protesto dos professores, o Programa de Educação Continuada de Educadores "Teia do Saber" que reunirá teorias da pedagogia à tecnologia da videoconferência. Na ocasião. A estréia da "Rede do Saber", foi feita pelo governador Geraldo Alckmin e pelo secretário estadual da Educação, Gabriel Chalita, que conversaram simultaneamente com prefeitos, dirigentes de ensino e professores espalhados por 89 centros educacionais de todo Estado. A rede interativa é o principal elemento da "Teia do Saber" porque irá permitir a interatividade: são 100 salas de videoconferência, cerca de dois mil computadores e 100 laboratórios instalados em regões consideradas estratégicas no Estado. "Temos uma tecnologia muito avançada. Então vamos colocá-la a serviço da educação", disse Alckmin. O governador aproveitou o evento e também lançou o "Bolsa Mestrado", um programa que dá ao professor efetivo do Estado recursos no valor de três salários mínimos para ajudar na mensalidade do curso de mestrado ou doutorado, ou na compra do material. "Quem dá aula, tem que estar estudando todo dia para poder transmitir esse conhecimento", disse Alckmin. "Daí, a Teia do Saber, a Rede do Saber, um processo de capacitação permanente e continuada, usando videoconferência.? Reajuste salarial Professores iniciam hoje uma mobilização pelo reajuste salarial - a categoria pede 24,9% de aumento -, e contra a municipaliação do ensino. "Nós respeitamos quem pensa diferente, mas defendemos a municipalização", disse Alckmin. "Um país continente como o Brasil não pode se dar ao luxo de ser um país unitário, centralizado. Fico horrorizado quando vejo todos os dias só se falar em Brasília, Brasília. O caminho é o da descentralização para os Estados e para os governos locais. Devemos aproximar as escolas das comunidades, dos pais", acrescentou. Em relação ao reajuste, Alckmin declarou que não será possível atender a reivindicação dos professores nem do funcionalismo de um modo geral. "É evidente que neste momento não é possível porque nós temos uma limitação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que estabelece que as despesas com pessoal são limitadas a 49% e nós estamos no limite prudencial, mas o caminho é o do diálogo?. "Quando a economia se deprime, sentimos direto, é na veia, porque cai a arrecadação e nós vivemos só do ICMS, é 80% da arrecadação." Em 2002, disse Alckmin, essa queda foi de R$ 40 milhões e, agora, só em maio, está em mais de R$ 60 milhões. "Mas ao mesmo tempo, São Paulo reage muito rapidamente, diminuindo a taxa de juros e aquecendo a atividade econômica, a arrecadação melhora e nós não pretendemos ficar com um centavo daquilo que nos permitir a LRF", disse Alckmin. "Vamos estabelecer a maneira mais justa de poder repassar aos nossos servidores, mas ainda não tenho nenhum índice sobre esse reajuste", explicou. Críticas do ministro Alckmin rebateu as críticas do governo federal sobre o modelo de progressão continuada e disse que ele está sendo aperfeiçoado. As críticas teriam partido do ministro da Educação, Cristovam Buarque e também do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que teriam cobrado mais avaliações. "Não há duvida de que esse é o melhor sistema e ele está sendo aperfeiçoado. Mas a chamada progressão continuada é você avaliar o aluno todo o dia, dando a ele oportunidade", disse Alckmin. "É uma escola inclusiva, não para reprovar o aluno e fazê-lo abandonar a escola." "Eu não ouvi críticas do ministro, ouvi o presidente Lula. Mas se o ministro falou, está entrando em contradição porque em muitos momentos ele defendeu a progressão continuada", disse o secretário Chalita. "Aliás, na última reunião do Consed, ele disse que ir contra a progressão continuada era ir contra a escola para todos, que nós sonhamos." Para Chalita, as críticas de Lula são provenientes da falta de informação sobre o modelo de progressão continuada. "Ele disse que precisa avaliação, prova. O prediente está mal informado porque na progressão continuada você tem provas", disse Chalita. "Estamos aperfeiçoando o sistema, avaliando mais, para detectar os problemas mais rapidamente e poder direcionar investimetnos para solucionar esses problemas. Mas o mais importante é a formação do professor porque ele é o elemento diferencial do processo de aprendizagem, com um professor melhor capacitado, o aluno aprende, esse é o nosso desafio", disse Chalita.

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