A Universidade de São Paulo (USP) terá redução de 4,4% na folha de pagamento com o Plano de Demissão Voluntária, principal aposta contra a crise financeira da instituição. A porcentagem ficou abaixo do teto esperado pela reitoria, que era de 6,5% de redução da folha. A lista de interessados no programa foi publicada nesta sexta-feira, 6, no Diário Oficial do Estado.
No balanço final, 1.382 dos cerca de 17,3 mil servidores técnico-administrativos aderiram ao programa - quase 8% do total de funcionários. No comunicado oficial, a USP não informou qual será o valor mensal economizado com a saída desses funcionários, prevista para acontecer entre fevereiro e abril. Para ser colocado em prática, o PDV precisava representar, no mínimo, 3,25% de redução na folha salarial.
A adesão dos 1.382 servidores, segundo o comunicado no Diário Oficial, é irrevogável. O PDV não se estendia a professores, mas apenas a funcionários. Podiam participar servidores que tinham entre 55 e 67 anos, com mais de 20 anos de carreira na universidade. O desligamento antecipado foi incentivado com benefícios financeiros.
A expectativa da universidade é gastar, no máximo, R$ 400 milhões com o plano. Como haverá gastos com os acertos para as demissões, o alívio na folha salarial deve aumentar significativamente apenas nos próximos anos.
A medida foi criticada pelas entidades sindicais da universidade. Segundo eles, o plano de demissão voluntária contribui para o sucateamento da instituição. A USP está em crise financeira desde o final de 2013, por gastar cerca de 105% de suas receitas com os salários de docentes e servidores.