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Academia Nacional de Medicina guarda tesouros da profissão

Acervo tem 417 edições raras, incluindo fac-símile do livro médico mais antigo do Brasil. Instituição quer se abrir aos universitários

Por Agencia Estado
Atualização:

Os acervos da biblioteca e do museu da Academia Nacional de Medicina guardam tesouros desconhecidos do público. As salas, que abrigam documentos históricos e os estudos originais de médicos célebres como Carlos Chagas, Oswaldo Cruz e Miguel Couto, além de instrumentos e peças de mobiliário, serão agora revitalizadas. O Ministério da Saúde já prometeu investir R$ 400 mil. A biblioteca tem 12 mil obras, sendo 417 edições raras. O fac-símile do livro médico brasileiro mais antigo, o Erário Mineral, do médico português Luís Gomes Ferreira, é um dos destaques (foto). A edição, datada de 1735, cujo nome estranho foi dado em homenagem à então província de Minas Gerais, tinha como objetivo ensinar aos brasileiros como curar as doenças com o uso de plantas nativas, já que os poucos médicos do País não davam conta da demanda de doentes. Atestado de óbito de Pedro II Outra preciosidade é o atestado de óbito de dom Pedro II que o médico francês do imperador, dr. Charcot, assinou em 1891, em Paris. A coleção tem 1.200 peças, incluindo a cadeira que Pedro II usava quando presidia as sessões da academia, fundada em 1829 - a entidade nasceu como Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro e depois teve o nome trocado para Academia Imperial de Medicina, sendo chamada assim até o advento da República. Outros itens curiosos são os óculos de brasileiros eminentes, como presidentes da República, escritores e intelectuais. Há ainda uma réplica do primeiro estetoscópio, inventado em 1818. Criado na França e feito de madeira, o instrumento foi desenvolvido para afastar o médico das pacientes, já que os maridos não gostavam que os doutores tivessem contato físico com elas quando as examinavam. Para melhorar as instalações, que têm infiltrações, e investir na conservação das obras e na informatização, o diretor da biblioteca, Gilberto Schwartsmann, busca apoio de instituições privadas, como laboratórios. A ajuda federal já foi garantida pelo ministro da Saúde, Humberto Costa. Universitários Schwartsmann, que assumiu o cargo em julho, quer que a biblioteca e o museu entrem no roteiro turístico da cidade. Uma de suas idéias para atrair freqüentadores é abrir um bistrô. O presidente da academia, Pietro Novelino, deseja que as coleções sejam conhecidas não só pela classe médica, mas também pelo público em geral, em especial universitários. "Não podemos ficar encastelados", acredita Novelino. A biblioteca está aberta aos visitantes de segunda a sexta-feira, das 13h00 às 17h00, e o museu, das 13h00 às 18h00. O endereço é Avenida General Justo, 365, no centro do Rio.

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