Um grupo de 22 alunos da Unifesp de Guarulhos vai passar a noite preso na Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, na Lapa, zona oeste. Homens e mulheres estão em celas separadas e não podem deixar a carceragem porque os crimes de que são acusados, juntos, não preveem o pagamento de fiança. Segundo a PF, eles cometeram dano ao patrimônio público, constrangimento ilegal e formação de quadrilha, cujas penas podem chegar, somadas, a 8 anos de prisão.
Ontem à noite, a Polícia Militar foi chamada pelo diretor acadêmico do câmpus, Marcos Cezar de Freitas. Segundo ele, alunos haviam pichado paredes e quebrado vidros, móveis e computadores. Um grupo estava concentrado em frente ao prédio, na versão de Freitas, intimidando-o e ameaçando ocupar novamente o edifício.
Os alunos negam e dizem que o quebra-quebra só começou após os policiais prenderem uma colega. Houve confronto e a PM utilizou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Uma estudante foi levada ao pronto-socorro com ferimento na perna e um vídeo postado pelos universitários mostra um rapaz com o nariz sangrando após ser atingido por policiais.
A PM deteve 25 pessoas e as levou em um ônibus até a Superintendência da PF. Todas foram ouvidas e três acabaram liberadas. Segundo a PF, dos 22 detidos, 14 já haviam sido conduzidas à superintendência no último dia 6, quando foi cumprida ordem judicial de reintegração de posse no câmpus de Guarulhos. Três deles possuem antecedentes criminais por dano e formação de quadrilha.
Nesta sexta-feira, 15, o pró-reitor de Assuntos Estudantis, Luiz Leduino de Salles Neto, disse "repudiar" o que chamou de "ação violenta" da PM. Ele cogita deixar o cargo na segunda-feira, quando haverá reunião do Conselho Universitário.