Se tal experiência é proveitosa para esses visitantes, como será para os alunos matriculados nos anos finais da Educação básica? Ex-alunos, agora universitários, são representações de estudantes que já galgaram as etapas nas quais se encontram agora os alunos do Ensino Médio e, por isso, são exemplos concretos e realizados do cumprimento dos planos previstos para o futuro, através da escola.
Por vezes, o contato entre ex-alunos e os estudantes pode ser institucionalizado. Essa é uma das formas de integração entre Ensino Médio e a realidade universitária. Outras são as visitas e as participações em eventos promovidos pelas próprias instituições de Ensino Superior.
A estudante de "Rádio e TV" Eloá Rodrigues protagoniza um desses momentos: diante do desafio em montar um programa de televisão no modelo "Talk show" para um trabalho acadêmico, volta à escola onde concluiu o curso médio a procura de auxílio para entrevistar adolescentes no modelo de "Grupo focal".
A abertura desse espaço pela instituição, em horário oposto às aulas e de forma opcional, propiciou aos alunos do 1º e 2º anos do Ensino Médio da Villare mais que a discussão proposta sobre o comportamento adolescente frente às redes sociais, tema do programa, mas também a compreensão do funcionamento do mundo acadêmico de forma concreta e dinâmica. Era a universidade em ação dentro da escola e a oportunidade de obtenção de informações sobre um curso específico e atual através do exercício e da participação.
É exatamente essa aproximação de contextos através dos personagens que os experimentam e mantêm vínculos comuns que complementa o trabalho de orientação profissional realizado na Villare. O processo de escolha da carreira e da universidade passa por essa comunicação entre as diferentes esferas da Educação rumo à atuação profissional.
Nesse sentido, as constantes visitas pelos alunos nas universidades públicas e privadas através de programas de integração precisam ser constantes para um efetivo processo de escolha. Em 2015, visitas à UNICAMP, USP, INSPER e UFABC se prestam a essas informações e carregam os adolescentes de novos sentidos e motivação para novas buscas.
De acordo com o Doutor em Educação Sérgio Bock, conhecer profissões é um aspecto fundamental do processo de decisão do jovem rumo ao "mercado de trabalho". Quanto mais bem informado o jovem estiver, melhor. Defensor da abordagem sociohistórica da orientação profissional, Bock sustenta que as escolhas estão calcadas na relação entre contextos pessoais, contextos sociais e as representações de carreira e de mercado. Nessa perspectiva não é possível uma definição centrada no indivíduo, mas sim em suas condições de interação com o meio cultural no qual está imerso.
O contato com ex-alunos, agora universitários, caminha no mesmo sentido. Profissionais em processo de formação, esses jovens em seu contato com os alunos da Educação básica podem diminuir os degraus entre o ambiente escolar e a Educação superior, visto por vezes como um abismo intransponível. A escola, por sua vez, ao permitir esse espaço, provoca um encontro entre seu contexto e o mercado de trabalho, promovendo a interação construtiva que privilegia o processo de formação e a motivação da escolha.
Júlio Augusto FariasCoordenador Pedagógico do Ensino Médio
Referências: http://www.nace.com.br/doc/paisefilhos.pdf