Semana passada, dei início às aulas particulares de matemática. Decidi esse ano me dedicar às exatas, área que tenho mais dificuldade. Percebi que não posso odiá-la, afinal de contas, ela é tão importante quanto a língua portuguesa.
Entre uma aula e outra, tiro um tempo para a leitura. Acabei de ler O Mulato, de Aluísio Azevedo, e já comecei a ler outra obra: Boca do Inferno, de Ana Miranda. O romance recria a cidade de Salvador no século XVII, narrando a vida do poeta Gregório de Matos, cujo apelido dá título ao livro. A literatura barroca brasileira me interessava desde o ano passado, mas não conseguia achar um tempo livre para estudá-la.
Em matéria de poesia, graças ao vestibular, era muito mais importante entender Vinicius de Moraes a qualquer outra coisa. E o lirismo derramado do poetinha me tomou tempo...
Parece que, em férias ou não, acabo me encontrando na mesma situação: Agarrada aos livros. Sei que para alguns leitura é sinônimo de estudo, mas, para mim, é muito mais que um hobby. Sem exageros, a leitura é uma das coisas que me dá sentido à vida. Será que os escritores, que antes eram grandes leitores, já tiveram essa mesma sensação?
Se a rotina de estudo e, futuramente, a do trabalho, não conseguir massacrar minha essência, um dia eu poderei responder a essa pergunta. Sei que estou a caminho de ser uma grande leitora. E só sendo uma grande leitora posso ser uma escritora. Bem, sonhar não custa nada, não?
Bianca estudou por conta própria para entrar em Letras