Mais uma vez, milhões de estudantes estão de mãos atadas esperando por alguma justiça e resposta. Esta é uma questão delicadíssima, porque toda saída parece injusta. Se cancelar a prova para todos os estudantes, fica extremamente difícil uma data nova. Se cancelar as quatorze questões que vazaram, como ficam os estudantes que acertaram essas questões? A perda de pontos não é justa. Há ainda a possibilidade de cancelar a prova dos alunos do Christus, no entanto o argumento contra é de que, em teoria, eles terão mais tempo para estudar para a nova avaliação. Se cancelar as quatorze questões apenas deles, então corremos o risco de ser feita uma avaliação diferente, e o problema não será resolvido. E se nada for feito, também não será justo com todos os outros estudantes. É realmente lamentável essa sequência de erros.
Vejo na unificação uma possibilidade boa para milhares de jovens. Primeiro, porque se faz uma prova para tentar ingressar em diversas faculdades; isso poupa desperdício e um trabalho enorme; além, é claro, de melhorar a situação para os estudantes, que desta forma não precisam fazer milhares de provas em datas apertadíssimas, poupando assim maior cansaço físico e psicológico. Segundo, que o dinheiro que se gasta na inscrição dos vestibulares é altíssimo, com o Enem isso melhora muito. O que acontece, porém, é que a idéia é boa, mas a prática deixa a desejar. O sistema não consegue realizar aquilo que se propõe.
Não sei quantos erros mais suportarão as instituições que acataram o Enem ou quanto tempo mais o Enem suportará suas próprias falhas. É, de fato, um descaso com os estudantes de todo o Brasil. E mais que isso, é um descaso com a nossa Educação, há muito esquecida. O mínimo que exigimos por parte tanto do Inep, quanto do MEC, é respeito.
Luiza Nunes é aluna do Cursinho da Poli