Acharam o conto muito chulo para o "meio acadêmico". Sugeriram o recolhimento do livro.
É estranho assistir a casos como esses. Em pleno século XXI, com o advento da internet - que escancara muitos temas, até então proibidos aos jovens - pais querem manter seus filhos dentro de bolhas. Para tanto, comportam-se como clérigos da idade média: proíbem livros. Restringindo-lhes o diálogo, acabam construindo um muro entre eles e seus filhos. Mas os temas proibidos não são esquecidos. O jovem, fora da escola e da asa paterna, acaba sendo exposto novamente a esses temas, seja virtualmente ou na "vida real". A bolha explode.
Existe um abismo de uma geração para outra, que deve ser encarado de forma lúcida. Proibição não combina com educação. Enquanto a primeira é meio de opressão e também de desinformação, a segunda serve para esclarecer e compreender a sociedade. Logo, não é o dever da escola inibir a discussão de temas considerados "pesados".
Ainda mais porque, na leitura obrigatória do vestibular, há obras que fazem alusão à obscenidade. Tomara que o tal grupo de pais não tenha a brilhante ideia de processar as comissões que organizam os vestibulares. Essa moda não pode pegar.
Bianca estuda por conta própria para entrar em Letras