Bem, especialistas recomendariam uma pausa para o cafezinho, uma voltinha pela empresa ou uma espiada na sua conta em alguma rede social... só o processo de produção. Mas, onde a gente coloca o constrangimento gerado por olhares ferinos do resto do departamento? Ou do professor? Ou da mãe? Todos nos acharão folgados viventes do mundo da lua!
Desde a primeira infância, esse tempo para pensar é encarado como desperdício, preguiça ou dificuldade de concentração. E, invariavelmente, isso se reflete em nossos comportamentos adultos. A boa notícia é que não precisamos mais carregar nossas palmatórias nos bolsos (êba). Graças a pessoas como Domenico de Masi, o autor da teoria do ócio criativo propõe que o sucesso pertence a quem souber libertar-se da ideia tradicional do trabalho como obrigação e for capaz de mesclar atividades, como o trabalho, diversão, o tempo livre e o estudo.
Outro aspecto que deve gerar bastante desconforto por aí é o hábito de ouvir músicas durante períodos de estudo e criação. Para isso, tenho uma citação do pianista Robert Jourdain: a música nos tira de nossos hábitos mentais congelados e faz nossas mentes se movimentarem como habitualmente não são capazes. Quando somos envolvidos por música bem escrita, temos uma compreensão que supera a da nossa existência mundana e, em geral, está além da lembrança. Quando o som cessa, voltamos para nossas cadeiras de rodas mentais.
Portanto, o fundamental é manter SUA mente no SEU ritmo, sem preocupar-se com as críticas de quem ainda não desenvolveu o próprio processo de trabalho. Ah, ninguém é obrigado a gostar das suas músicas, então, cuidado com o volume!
Mariana é enfermeira e pós-graduanda da USP