Resta-me trabalhar, isso é notório, mas causa certa estranheza saber que dentre algumas semanas o Conselho de graduação da USP, o qual a maioria dos estudantes sequer conhece, irá se reunir e simplesmente definir - de forma um tanto quanto velada - novas "diretrizes" que influenciarão diretamente o nosso desempenho.
Propor mudanças ao vestibular é uma atitude louvável, no entanto cabe ao Conselho divulga-las. Por ser um assunto de interesse público, a presença dos estudantes, enquanto cidadãos, é passiva em excesso. A USP, como qualquer outra universidade pública, recebe recursos públicos, emprega funcionários públicos, mas muitas vezes age como se fosse uma instituição privada.
Outra dúvida freqüente é quanto à utilização, ou não, do Enem nos grandes vestibulares. Não fiquei surpreso ao saber que a Unicamp utilizaria a nota do Enem esse ano. Por mais que o MEC tenha falhado em 2010, devemos levar em consideração que o Exame Nacional está passando por um período de transição.
Sabemos que é muito mais complexo planejar um exame de caráter classificatório do que aplicar uma prova que tenha apenas o objetivo de avaliar a educação nacional, como ocorria na década de 90. Infelizmente, cria-se mais uma dúvida na mente dos vestibulandos: será que vale a pena fazer o Enem?
Caio Godinho é aluno do Anglo