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USP, o Brilho de uma Supernova

USP, o Brilho de uma Supernova 

Por Roberto Lobo
Atualização:

ROBERTO LOBO,25 de abril de 2016

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Sempre manifestei com franqueza minha opinião sobre a Universidade de São Paulo. Muitas vezes fui bastante crítico quando discordei de certas políticas e ações que não considerava compatíveis com as responsabilidades de nossa melhor universidade com o País.

Por outro lado, sempre a defendi, em qualquer ambiente, de críticas que considerei injustas ou mal fundamentadas.

Agora, vivendo esse último ano nos Estados Unidos, tenho tido a necessidade de retomar alguns indicadores para descrever a USP no exterior. Diante dos dados que coletei e apresentei, sofri impacto semelhante ao que tive quando participei de projetos na Europa na década de 90 em que tive que fazer apresentações sobre minha universidade.

Como físico, a imagem que faço da USP na América Latina é a de uma supernova em uma galáxia distante: ou seja, a intensidade da radiação emitida por uma supernova pode ser equivalente a de bilhões de estrelas normais, que é o número aproximado de estrelas em uma galáxia. Por isso, uma supernova, sozinha, pode ter o mesmo brilho da galáxia inteira, onde ela se encontra.

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A USP, em relação à América Latina tem esses mesmo brilho! Passemos a alguns fatos relevantes. (Dados relativos à segunda década desse século foram utilizados nesse levantamento, uma vez que nem sempre foi possível colocar todos esses dados em um mesmo ano).

  • O Brasil publica cerca de 50% de todos os trabalhos científicos da América Latina A USP produz sozinha 25% destes trabalhos, ou seja 12% de todos os trabalhos científicos indexados da América Latina.
  • O Brasil investe em P&D o mesmo valor que os demais países da América Latina reunidos. O orçamento total da USP, incluindo receitas fora do orçamento do Estado de São Paulo, é de cerca de 8% do investimento brasileiro em P&D. Portanto o orçamento da USP é sozinho de cerca de 4% dos gastos totais de P&D da América Latina inteira.
  • A USP é a universidade que mais forma doutores em todo mundo, em números absolutos. Ela forma aproximadamente 20% dos doutores brasileiros e o Brasil forma 2/3 dos doutores da América Latina. Ou seja, a USP titula 13% do total de doutores formados na América Latina inteira!
  • A USP é das vinte e cinco universidades do mundo com maior proporção de doutores em seu corpo docente.
  • É sempre a primeira colocada nos rankings internacionais voltados para o mundo (e não para critérios regionais) como a melhor universidade da América Latina, guardando grande diferença com as demais. 

Assim, olhando à distância o ensino superior da América Latina, a USP é uma estrela de brilho comparável ao das demais instituições somadas. Sem falar no Conglomerado Brasil (50% do conjunto da América Latina como um todo) e de São Paulo, que se destaca de forma semelhante em relação ao Brasil.

Esses dados nos fazem sentir o quanto temos de potencial, o quanto já temos de presença no Continente, mas também nossas responsabilidades e o quanto ainda precisamos realizar quando contemplamos o resto do mundo, principalmente o Hemisfério Norte.

 

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