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Inep está retomando seu caminho?

Inep está retomando seu caminho?

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Por Roberto Lobo
Atualização:

Roberto Lobo 10 de novembro de 2014

 

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Como órgão que cuida das estatísticas da educação brasileira, entre outras coisas, o Inep tem a responsabilidade de apresentar em tempo e publicamente dados confiáveis para colaborar com educadores, políticos e opinião pública para a avaliação e elaboração das políticas educacionais e dos resultados que resultaram delas.

No entanto, por um período de cerca de cinco anos, até recentemente, o instituto passou a apresentar dados atrasados, muitas vezes anunciando-os como somente de caráter preliminar (Sinopse da Educação Superior de 2008 e 2009, por exemplo!) e com critérios que não eram bem explicitados e variavam quase de ano para ano. Assim, pessoas que desejassem entender a evolução histórica da educação superior, e os resultados alcançados com as políticas implantadas no setor, ficam impotentes para tirar qualquer conclusão por causa da irregularidade dos dados.

Recentemente, surgiu uma nova publicação "Principais Resultados do censo de 3013", que retroage a 2003. No documento, o Inep apresenta e assume seus dados históricos, embora sem introduzir uma métrica única e uniforme para os duvidosos anos mencionados. Basta examinar o gráfico que se percebe a grande irregularidade na contagem de ingressantes que repercutiu nas matrículas no período 2008-2010.

 Foto: Estadão

A depressão no número de ingressantes é claramente irreal e não repercutiu, como seria de esperar, em um uma diminuição correspondente nas matrículas (matrículas menos ingressantes corresponde aproximadamente ao número de rematrículas, que não oscila bruscamente de um ano para outro). Agora as coisas parecem voltar ao lugar.

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Para ilustrar esses dados calculamos, pela fórmula já introduzida por nós há bastante tempo, a evasão da educação superior brasileira de 2003/2004 a 2012/2013.

Observa-se que os resultados obtidos para os dois últimos períodos voltam a ser iguais aos valores históricos, retomando a tendência das curvas evolutivas de ser bastante suaves. Os novos dados indicam que a alta evasão permanece como um problema no ensino superior, principalmente no setor privado, embora o dado favorável é que, mesmo com o número de matrículas aumentando mais de 50% no período de 10 anos, a evasão se manteve estável no período.

Taxas anuais de evasão

           
  Total Geral (Presencial + EAD) Presencial
Ano Total Pública Privada Total Pública Privada
    Total     Total  
2004 24,31% 15,29% 28,08% 24,31% 15,18% 28,00%
2005 23,04% 12,02% 27,33% 21,54% 11,81% 25,26%
2006 23,94% 15,34% 27,15% 21,73% 12,35% 25,14%
2007 24,49% 12,98% 28,46% 22,04% 11,84% 25,64%
2008 22,23% 10,86% 26,12% 22,25% 12,04% 25,72%
2009 21,24% 18,83% 22,15% 20,95% 10,51% 24,50%
2010 15,97% 11,36% 17,62% 14,96% 11,81% 16,14%
2011 18,73% 11,71% 21,31% 17,06% 11,26% 19,29%
2012 25,03% 13,21% 29,44% 23,81% 13,16% 28,09%
2013 23,79% 15,61% 26,92% 22,25% 15,22% 25,25%

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