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'Vale a pena cruzar o Atlântico'

* Por Lívia Kilson, de 17 anos, aluna do 3.º ano do ensino médio em Macaé (Rio). Faz intercâmbio na República Checa desde agosto pela American Field Service

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Por Redação
Atualização:

"Faltou contar no primeiro texto sobre como cheguei até aqui. A ideia de fazer intercâmbio começou meio vaga e envolta em dúvidas e preocupações. Mas, depois de muita conversa, eu estava ali, na cadeira da reunião da AFS. Me apaixonei pelo slogan da agência logo de cara: "Conectando vidas, partilhando culturas". Ali eu conheci a história de gente que sonhava com um mundo melhor, onde haveria cumplicidade e respeito entre todos os povos. Naquele momento, decidi que queria mudar minha vida.

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Eu só podia escolher um entre 194 países para realizar o sonho do intercâmbio. Minha vontade era me dividir em mil pedacinhos e ter um pouco de mim em cada lugar, mas não podia. Foi uma das decisões mais difíceis de minha vida colocar a República Checa como minha primeira opção. Trata-se de um pequeno país do leste europeu, com uma grande história de força e revoluções. Agora, aqui estou. E desde que saí do país do samba para pisar em solo tcheco, não tenho outra palavra para descrever a experiência senão como "surreal".

Em pouco tempo algumas pessoas haviam se tornado especiais para mim. Conheci gente de várias nacionalidades. Vieram para cá entre 70 e 80 intercambistas, mas não conseguimos reunir todo mundo nos camps - encontros promovidos pela AFS para discutir como estão as coisas. É uma oportunidade pra gente questionar sobre coisas que não achamos certas, falar da vida com a nova família, dos novos amigos, da rotina na escola, etc. Estou tão adaptada que não tive nenhuma reclamação a fazer.

Pelo menos 30 intercambistas participaram dos dois camps comigo. No primeiro, éramos conhecidos de nacionalidades diferentes, que trocávamos umas palavras aqui, outras ali. É claro que eu, como boa brasileira e latino-americana, não tinha muita dificuldade nessa parte. Mas no segundo camp sentimos que já não éramos mais conhecidos. Agora somos amigos, quase irmãos. Japoneses abraçam brasileiros, tailandeses ensinam gírias a italianos, venezuelanos falam sobre a faculdade com alemães e por aí vai.

Ah, antes de concluir, queria dizer que já estive em Praga. Aproveitei um feriado para conhecer a "cidade do relógio", ver as esculturas, andar pela Karl?v Most. Me senti em um filme naquele lugar, onde as ruazinhas são de pedra e são lindos a arquitetura, teatros, castelos, lojas de rua. Marquei o nome de pessoas queridas na Lennon Wall. E tinha muitos turistas. Praga é uma perfeita cidade cosmopolita e que nunca para. Não deixe de visitar se um dia você atravessar o Atlântico. Vale a pena!"

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