'São muitos problemas. Falta até água em alguns prédios', diz caloura da UFPel

Gaúcha de Rio Grande, Camila Costa Feijó, de 19 anos, cursa o 1.º semestre de Jornalismo Federal de Pelotas. Junto com outros estudantes de sua universidade, a caloura invadiu a reitoria da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) ontem. As reinvidicações do grupo eram muitas: falta de acessibilidade para pessoas com deficiência nos prédios, falta de laboratórios no curso de Jornalismo e até falta de água em algumas unidades. A reitoria foi desocupada no final da tarde.

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Por Carolina Stanisci
Atualização:

Por que vocês invadiram a reitoria?Semana passada, discutimos problemas da faculdade em assembleia. Tinham mais de 40 cursos presentes. A situação da universidade já vem se arrastando faz tempo e decidimos fazer um ato público que saiu do centro da cidade e foi até o câmpus onde fica a reitoria, o câmpus Anglo.

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Na internet, li uma lista extensa de reclamações.São muitos problemas. Falta até água em alguns prédios, porque a cidade é antiga e a faculdade alugou prédios, muitos prédios pela cidade. Falta água nas torneiras. No meu curso, de Jornalismo, não tem computador com acesso a internet. Não tem câmera fotográfica, não tem laboratório de TV nem rádio. O curso começou no ano passado. Tem falta de professor também. Sabemos que em alguns cursos não tem nem professor e tem curso que não tem sala fixa.

À que vocês creditam essa infraestrutura problemática?Com o Reune, (a universidade) passou de 42 para 93 cursos. Só que aconteceu um problema: aumentou e não tem estrutura para isso. As obras estão completamente atrasadas e ninguém entende  o porquê. Os prédios são antigos. Pelo que me lembre não têm rampa para deficientes.

Mas vocês já tinham tentado avisar ao reitor dos problemas? Ou decidiram logo invadir?A passeata que fizemos era só para entregar um documento a ele. A gente queria que o reitor convocasse assembleia geral, com professores, funcionários, alunos, todo mundo. No início, ele não quis conversar. Aí, depois, ele foi tentar conversar. Mas, segundo ele, não o deixaram falar. Ele virou costas e foi embora. Aí vários alunos passaram a noite lá. Eu, não. Cheguei lá hoje às 8 da manhã.

Vocês avisaram a mídia pelo Twitter.É verdade, e foi difícil fazer isso. Não temos internet em sala de aula para os alunos. Tem uma biblioteca, para os alunos. A gente foi até o prédio e, de lá, mandamos o nosso número de telefone para alguns jornalistas.

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Vocês foram obrigados a sair hoje à tarde. Houve confronto com a polícia?Não. A reitoria ainda estava ocupada. Tinha umas cem pessoas. Eu estava num grupo com umas quatro pessoas do lado de fora. A gente ouviu o barulho da polícia umas 18h30. Todo mundo saiu da reitoria. Nosso intuito foi pacífico, não fizemos nenhuma bagunça, não quebramos nada. A gente cedeu para avançar muito mais. Se o reitor pensa que a gente vai parar de reclamar, a gente não vai.

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