Redação
19 de dezembro de 2010 | 21h52
CIÊNCIAS HUMANAS
A prova tinha 12 questões, sendo 4 de cada matéria – história, geografia e filosofia.
História
A primeira questão falava sobre os bárbaros a partir da descrição do rei Átila, dos hunos. A segunda perguntava sobre características da pintura impressionista. Já a terceira falava sobre a ideologia fascista. A última era sobre o cenário da política do Brasil na década de 1930.
O coordenador geral do Anglo, Nicolau Marmo, criticou o fato de só ter caído uma questão sobre a história do Brasil. “Estamos na contramão dos americanos, que só falam deles.”
Para a professora do Objetivo Vera Lúcia da Costa Antunes, os assuntos abordados são “fundamentais”. Ela elogiou a questão sobre a pintura de Claude Monet. “A Unesp valoriza a história da arte ao selecionar alunos com boa formação cultural.”
Geografia
Todas as quatro questões eram baseadas em mapas. A primeira trazia uma representação cartográfica deformada de acordo com as taxas de mortalidade infantil. Na segunda, os candidatos precisavam explicar fenômenos geográficos a partir de imagens de satélite, citadas no filme Uma verdade incoveniente, de Al Gore. A terceira questão era sobre o derramamento de petróleo no Golfo do México, em abril, e a última falava de cobertura vegetal.
“A prova foi monótona”, disse o professor do Etapa Cláudio São Martinho. Para ele, a banca poderia ter variado mais os temas e a forma de questioná-los.
Já Vera Lúcia, do Objetivo, elogiou o nível das questões. “E é ótimo trabalhar com mapas. Assim, o aluno pode mostrar seus conhecimentos a partir da habilidade de ler e interpretar representações cartográficas.”
Filosofia
Baseadas em textos de autores clássicos, as questões falavam sobre o conflito entre filosofia e religião, noção de liberdade, iluminismo e moralidade.
Segundo o coordenador geral do Anglo, a dificuldade foi acima do esperado. “É uma matéria incipiente. Tem escola que ainda não tem professor de filosofia, apesar da lei”, disse Nicolau.
Para o Objetivo, as questões foram complexas, mas bem elaboradas. “Foi uma prova ótimo nível, que exigia preparo por parte do aluno. Quem fez o vestibular do meio do ano já tinha sentido como é o nível das questões. Para esse candidato, não teve novidade”, disse a professora Vera Lúcia.
CIÊNCIAS DA NATUREZA
A prova tinha 12 questões, sendo 3 de cada matéria – biologia, química, física e matemática.
Biologia
As questões trabalharam conceitos de ecologia, genética e fotossíntese.
Segundo o professor do Objetivo Ricardo Helou Doca, a prova foi “bastante elementar”. Já o cursinho Etapa elogiou a “abordagem inovadora”. “Prova muito bem construída em torno de textos e gráficos que exigiam do aluno sua capacidade de interpretar e tomar decisões com base teórica”, avaliou o professor Marcelo Dias Carvalho.
O professor do Cursinho da Poli Eduardo Leão disse que a questão 13 “provoca uma certa discussão” ao cobrar a intervenção do candidato na montagem de um gráfico. “Havia mais de uma possibilidade, pois o gráfico representa o que ocorre em determinado período de tempo”, explica.
Química
Questões baseadas nos conceitos de mol, hidrólise de ésteres e cálculo estequiométrico.
“Não tinha muito cálculo, mas o aluno precisava dominar o conteúdo”, afirmou Ricardo Doca, do Objetivo. O coordenador do Etapa Marcelo Dias Carvalho, no entanto, disse que a prova foi “trabalhosa”, embora as questões fossem “clássicas”.
Para o professor do Cursinho da Poli Hamilton Bigatão, a prova “deixou a desejar”. “Pareceu um vestibular realizado 20 anos atrás, sem contextualizar os assuntos. Além disso, exigiu coisas que não tem relevância, ainda mais para uma segunda fase.”
Física
Abordou mecânica, óptica e eletromagnetismo. Os cursinhos avaliaram a prova como clássica, com nível de dificuldade médio, e apontaram um problema na questão 19: faltou um dado.
Matemática
As três questões, com enunciados bem curtos, versaram sobre geometria plana, progressão geométrica, álgebra e análise combinatória.
“São situações-problema apresentadas de forma simples e que exigem soluções igualmente simples”, conta o professor do Objetivo Ricardo Helou Doca.
Para Marcelo Dias Carvalho, do Etapa, a Unesp fez uma prova “tradicional”. “Matemática não chegou nem perto de ser a vilã deste vestibular.”
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