Alunos, professores e funcionários estiveram presentes ontem em uma audiência pública na Assembleia Legislativa, convocada pelo deputado Carlos Gianazzi (PSOL), para discutir a situação da Universidade de São Paulo (USP). O reitor, João Grandino Rodas, não compareceu. O professor e coordenador de Relações Institucionais, Wanderley Messias da Costa, compareceu para representar a instituição. No entanto, deixou o local se pronunciar após ser ofendido e discutir com alguns manifestantes. Houve confusão e ele foi retirado do local por policiais que acompanhavam o evento.
Quando estava na mesa, entre os outros participantes da audiência, uma funcionária da USP chamou Messias de "pau mandado" e afirmou que ele deveria ter vergonha de estar ali. Ele respondeu, afirmando que a mulher não tinha o direito de falar dessa maneira. Um aluno também se aproximou e ofendeu o professor. Messias saiu sob protestos e saiu escoltado do anfiteatro.
A audiência durou cerca de quatro horas. Entre os presentes que discursaram, estavam o professor emérito Chico de Oliveira; o diretor do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp), Magno Carvalho; o presidente da Associação dos Docentes da USP (Adusp), João Zanetic, e alunos da USP Leste e de entidades representativas, como o Diretório Central dos Estudantes (DCE).
Os assuntos principais tratados na reunião foram a quebra da isonomia salarial; a demissão de funcionários aposentados; a transferência de departamentos para prédios fora da Cidade Universitária e especialmente a proposta de corte de 330 vagas na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), a USP Leste. Alunos do curso de Obstetrícia, principal graduação afetada pelo relatório que propõe o remanejamento das vagas da unidade. Segundo o documento, ocorreria uma fusão do curso com a graduação em Enfermagem.