Para Cursinho da Poli, prova teve "a cara da Fuvest"

O professor do Cursinho da Poli, André Valente, define a prova de português do primeiro dia de exames da segunda fase da Fuvest 2013 como "tranquila".  "A avaliação teve a cara da Fuvest, sem grandes surpresas", afirma. De acordo com o professor, os enunciados foram  diretos e os textos abordados no exame não chegaram a ser muito longos.

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Por Redação
Atualização:

Como de costume, a maior parte das questões exigiu interpretação de texto e não gramática. "Quando apareceu gramática, ela caiu de forma aplicada e não conceitual", diz. As questões que exigiram um conteúdo mais técnico cobraram conhecimento sobre concordância verbal, sujeito pós-posto e o uso de vírgula.

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Quatro obras literárias de leitura obrigatória, Viagens na minha terra, de Almeida Garrett, Til, de José de Alencar, Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis e Sentimento do mundo, de Carlos Drummond de Andrade, foram exigidas nesta avaliação. "Há aqui um recado da Fuvest, que está dando uma atenção maior para a lista de livros obrigatórios e parece que pretende cobrá-los sempre", diz Valente. As obras já tinham sido cobradas na primeira fase.

De acordo com o professor, as questões de literatura dificilmente exigem um conhecimento isolado da obra. "É preciso conhecer os contextos literário, histórico e social em que esse livros foram escritos", diz. "Quando a questão não está relacionada a aspectos como esses, geralmente se exige uma comparação de determinado aspecto entre as próprias obras", afirma Valente. Nesta prova, por exemplo,o poema "Tristeza do Império", de Sentimento do Mundo foi relacionado com Memórias Póstumas.

Para o professor,a questão de número 5 pode ter atrapalhado os candidatos do ponto de vista emocional. A questão traz um texto de Rui Castro e o compara com uma descrição do personagem José Dias, de Dom Casmurro, obra de Machado de Assis que integrava a lista de leituras obrigatórias do vestibular anterior. "Dava para o candidato responder tranquilamente a questão com o que estava posto ali, sem um conhecimento mais profundo do enredo", afirma Valente. "Mas só a simples menção dessa obra pode ter gerado uma confusão para os alunos", diz.

Quanto ao tema da redação, que exigiu uma discussão e uma análise da visão de mundo tomando como ponto de partida o consumismo, Valente acredita que ele pode ser encarado como uma faca de dois gumes. "É um tema aparentemente simples, mas que apresenta certa dificuldade por trazer algo à tona uma discussão que normalmente é evitada pela juventude", afirma. "Muitos estudantes podem, por exemplo, não ter enxergado a crítica que ali existia por viverem sob a ilusão de que poder comprar o mundo com o cartão de crédito é o máximo", diz.

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