Adoção de cotas começa a ser discutida por conselho da USP

* Por Carlos Lordelo

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Atualização:

O Conselho Universitário (CO) da USP acaba de dar início à discussão sobre a adoção de cotas no vestibular da instituição. O encontro, que teve início às 14 horas desta terça-feira, ocorre no prédio da reitoria, no câmpus do Butantã, zona oeste.

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Do lado de fora, cerca de 40 estudantes e ativistas que apoiam as cotas sociais e raciais fizeram um ato até as 16 horas, buscando pressionar os conselheiros a aprovarem a medida.

O estudante Danilo Cruz, de 22 anos, aluno de Direito da São Francisco e membro da Frente Pró-Cotas Raciais da USP, disse estar ansioso pelo fim da sessão. "Este é o início da construção de um debate sobre algo que não é discutido na USP", diz. "A sociedade brasileira foi construída com base na desigualdade social e já passou da hora de o Estado tomar providências para acabar com isso." Para ele, a adoção de cotas não significa o fim do racismo, mas é primeiro passo para acabar com a discriminação.

Para a coordenadora do Núcleo de Consciência Negra da USP Haydée Fiorino, de 24, o programa de inclusão da universidade voltado a alunos de escola pública não basta por si só. Apesar de aprovar as cotas sociais, a estudante defende o critério exclusivamente racial para igualar a proporção de negros na USP à da população do Estado. De acordo com o IBGE, em São Paulo, os negros e pardos são 34,82%; na USP, a porcentagem não passa de 14%,segundo dados de 2011. "Um negro pobre de escola pública tem menos oportunidades do que um branco, também de escola pública", diz Haydée.

O CO é a instância máxima de decisão da universidade. As cotas entraram novamente em pauta após 20% dos conselheiros subscreverem um abaixo-assinado que defendia a discussão do assunto. A sessão desta terça será deliberativa, ou seja, poderá decidir pela adoção ou não da reserva de vagas.

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* Corrigida às 21h13

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