Segundo ele, o modelo não serve para escolher ingressantes em carreiras como Medicina, a mais tradicional da universidade, pela abrangência das provas."O Enem é um Frankenstein, não consegue avaliar o ensino médio nem selecionar direito para a universidade", afirmou Marmo. "O exame não é abrangente. Ele apenas monta uma prova a partir de questões fáceis, médias e difíceis."
O professor também reclamou das provas da universidade. Ontem, todos os candidatos fizeram 30 questões de múltipla escolha de português e 15 de inglês, além de uma redação. Hoje, os estudantes se dividiram em dois grupos e fizeram provas discursivas de exatas e biológicas ou de humanidades.
Responderam à prova de exatas e biológicas os candidatos aos cursos do câmpus de São Paulo (Ciências Biológicas, Enfermagem, Fonoaudiologia e Medicina) e Diadema (Ciências Biológicas e Engenharia Química). Os estudantes que fizeram a prova de humanidades disputam vaga em Guarulhos (Letras, com opção de bacharelado ou licenciatura em Português, Inglês, Espanhol ou Francês).
O exame de exatas e biológicas tinha 20 questões, sendo cinco de cada disciplina - Biologia, Matemática, Química e Física. A de humanidades, 15 questões divididas entre português, história e geografia.
"Veja Medicina, por exemplo: biologia é uma matéria fundamental para esse curso. O Enem já não é uma boa prova, e o candidato só faz cinco questões da Unifesp. A própria universidade cobra 30 questões de português. Então você vai formar médico fazendo atestado de óbito que é uma verdadeira obra literária", disse o coordenador do Anglo. "Com o Enem e apenas cinco questões, você não consegue examinar bem uma matéria."
Segundo Marmo, a Unifesp precisa "pensar um pouquinho na besteira que fez".
Embora critique a quantidade de questões de cada matéria, o professor disse que as provas estavam bem elaboradas e com nível médio de dificuldade.