PUBLICIDADE

Candidatos da Fuvest reclamam de plano de cotas da USP

* Por Cristiane Nascimento, Especial para o Estadão.edu

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

SÃO PAULO - Alunos de escolas particulares classificados para a segunda fase do vestibular da Fuvest criticam o projeto de adoção de cotas na USP.

PUBLICIDADE

"Meu pai falou que este é meu último ano para tentar passar na USP. Depois ficará impossível, já que quase 50% das vagas serão destinadas a quem veio de escola pública", disse Gabriela Goldemberg, de 17 anos. Ela acaba de concluir o ensino médio no Colégio Móbile e está prestando a Fuvest para Administração.

O Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista (Pimesp), anunciado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), prevê alcançar o preenchimento de 50% das vagas por alunos da rede pública em 2016 na USP, Unesp e Unicamp, além das Fatecs. A política deve começar em 2014, começando com a meta 35% e subindo para 43% no ano seguinte. Dentro da cota haverá uma reserva de vagas para alunos pretos, pardos e indígenas.

"Acho a cota social correta, mas ela não funciona sozinha. Deveria haver uma reforma do ensino básico em paralelo", completou Gabriela, que disse "discordar completamente" da cota racial. A estudante faz as provas da Fuvest no câmpus da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) na Vila Leopoldina, zona oeste da capital. Hoje, ela e os demais candidatos terão de resolver 16 questões discursivas de história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês.

 Fernanda Monteiro aproveitou os últimos instantes para revisar a matéria

Publicidade

Para Fernanda Monteiro, de 17, à primeira vista as cotas são boas pelo impacto social, apesar de ela não ter gostado da política de reserva de vagas. "Para quem estudou em escola particular e está ralando para passar no vestibular é ruim", afirmou a ex-aluna do Visconde de Porto Seguro e candidata de Economia. "Quero passar logo neste ano para não ter de encarar mais isso (as cotas) no ano que vem."

Caio Thomaz, de 18, acredita que adotar cotas não é a melhor maneira de resolver os problemas da educação. "Não se pode ferir a meritocracia do jeito abrupto que estão fazendo", defendeu o candidato de Ciência da Computação, ex-aluno do Colégio Via Sapiens, de Cotia, Grande São Paulo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.