SÃO PAULO - Noite fria na USP. Após a assembleia na Faculdade de Filosofia decidir pelo fim da ocupação do prédio administrativo, duas moções foram colocadas, cada uma com duas cláusulas. A primeira propunha votar o eixo político primeiro e em seguida o calendário de atividades; a segunda propunha votar a ocupação da Reitoria primeiro e em seguida também o calendário de atividades. Após duas votações inconclusivas,a mesa encerrou a assembleia. Boa parte dos presentes começou a deixar o prédio pouco após a meia-noite.
Logo em seguida, outro grupo de estudantes assumiu a presidência da assembleia e começou nova reunião. A segunda moção foi posta em votação, vencendo por ampla maioria. Puderam votar, assim, a ocupação da reitoria, com igual resultado.
Estava feito: pelo menos cem manifestantes deixaram o prédio da Faculdade já cobrindo os rostos com as camisas, e, muitos deles armando-se de paus, pedras e cavaletes, atacaram o portão da reitoria, a uns cem metros de onde fora a assembleia.
O portão metálico foi forçado, e os manifestantes puseram-se a ocupar o prédio. "Está todo aberto", gritavam. Outros atacaram duas câmeras de segurança posicionadas do lado de fora; não se sabe ainda se tiveram sucesso.
Em poucos minutos, manifestantes começaram a convidar outras pessoas a se juntar a eles. "Estamos acampando no saguão central", disseram. "Sempre começa com pouca gente", disse um homem.
Pessoas do lado de fora reclamaram e contestaram a legitimdade do movimento. Uma estudante disse: "Ocupar a reitoria é fetiche da ultra-esquerda e só vai dar argumento para a direita".
Manifestantes colocaram blocos de cimento e cavaletes na rua do portão, para bloquear o trânsito.
A reportagem ligou para a assessoria de imprensa da USP, mas não obteve resposta.
Integrantes da Guarda Universitária não quiseram dar entrevista. A reportagem não viu policiais militares por enquanto.
* Atualizado às 00h38 para acrescentar a última linha