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Aspectos intrigantes da China

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Por Redação
Atualização:

Sou engenheira e administradora e buscava requalificação profissional para voltar ao mercado de trabalho, uma vez que me aposentei em 2009 por tempo de serviço (30 anos), mas sinto que ainda tenho muito a contribuir e, desde agosto de 2010 comecei a estudar mandarim, pensando em uma nova carreira. Sou geminiana e acho que aprender nunca é demais e, quanto mais diferente for uma área da outra, tanto melhor. A Escola de Mandarim, em parceria com a CBCDE, me apresentou essa oportunidade, que agarrei com as duas mãos.

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Conhecer a China foi uma grata surpresa, que recomendo. Que fique claro, estivemos apenas em Pequim. A Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico (CBCDE) vem organizando grupos de intercâmbio para que possamos conhecer um pouco melhor a economia, política, cultura e as relações internacionais desse país que, cada vez mais, figura na mídia internacional, por seu crescimento econômico.

Há 3 aspectos a serem superados nesse choque de culturas:

  • A difícil comunicação, devido ao ínfimo número de habitantes que falam inglês;
  • A culinária local é extremamente gordurosa, condimentada e apimentada, de difícil adaptação;
  • Os banheiros que, embora venham sendo ocidentalizados, ainda há muitos lugares em que só se encontra banheiros com "buraco no chão", e sem papel higiênico.

Enfrentamos um dos invernos mais rigorosos dos últimos anos, com a temperatura atingindo -18ºC, e sem nevar. O frio era cruel, e o vento gelado amortecia nossas extremidades, como nariz, orelhas, mãos e pés.

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De longe, vemos a China despontando para na economia mundial à velocidade da luz. Há, porém, duas Chinas, e conhecemos apenas uma: a China de Pequim, Xangai e Hong Kong. A outra China, que não conhecemos, representa 70% da população, e vive da agricultura. O "gap" entre ricos e pobres é um abismo. A população que trabalha no campo, para ir para os grandes centros, necessita de passaporte e visto de entrada. A China é um país de duas realidades: pratica a democracia externamente, e o comunismo internamente.

A China tem muitos problemas internos de difícil solução. Por ser um país de 4.709 anos, são muitas as tradições e costumes, muito enraizados, o que torna toda e qualquer mudança um processo muito lento.

Há ainda os problemas internos resultantes dos conflitos com áreas como o Tibet e Taiwan, que foram amplamente debatidos em aula, mas que não são abordados nas escolas.

Outro aspecto relevante é o desejo obsessivo da China de se espelhar nos EUA. Com uma força de trabalho disciplinada e submissa, a China poderia criar uma identidade própria, ao invés de copiar a identidade de um país ocidental, com características culturais, políticas e ideológicas tão opostas às suas.

Como exemplo, a China, em vez de criar marcas próprias, produz réplicas de marcas renomadas no mundo ocidental. Ou seja, a China é "fake". Mas encantadora!

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Além do conteúdo do curso, outro ponto alto foram os pontos turísticos que visitamos: a Muralha; a Cidade Proibida; o Temple of Heaven; o Spirity Way; a Praça da Paz Celestial; o Tian'ament Square; a Fragant Hill; o Jardim Botânico, onde fica uma das maiores esculturas de Buda;uma das 13 Tumbas da Dinastia Qing; o Mausoléu de Mao Tsé Tung; o Summer Palace; o Bird´s Nest e o Water Cube, onde foram realizadas várias provas nas Olimpíadas de 2008; 4 centros produtores de artigos de destaque no país: seda, pérola cultivada de água doce, jade e porcelana; um centro de medicina oriental; fomos a uma Ópera chinesa típica; a um show acrobático;e a um show de Kung Fu.

Em resumo, foi uma experiência enriquecedora. Adorei.

Denise Aratangy tem 55 anos, é engenheira e administradora e passou um mês na China em viagem de imersão cultural

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