Um dia depois de o reitor da USP, João Grandino Rodas, ser considerado persona non grata pela Congregação da Faculdade de Direito, o assunto voltou à pauta nesta sexta-feira nas conversas dos alunos da São Francisco.
A caloura Mariana Bissoni, de 18 anos, lamenta a "falta de diálogo" entre a direção das Arcadas e a reitoria da USP, mas acredita que a comunidade da faculdade apoia a decisão de tornar Rodas persona non grata. "A diretoria está realmente representando os alunos nesse caso", disse. "É raro reunir tanta gente no pátio como no ato contra o reitor, um sinal de que quase todo mundo aqui é favorável à medida. Foi uma forma importante de os alunos manifestarem sua opinião."
O também calouro Rodrigo Britto, de 18, não concorda com o título conferido ao reitor. "Em vez de dialogar com Rodas, ficam gritando e falando mal dele." Ele diz que, como aluno do 1.º ano, não viveu a gestão Rodas (que terminou em janeiro de 2010), mas encontrou na biblioteca "tudo certinho e conservado".
Por sua vez, Tairo Esperança, de 21, aluno do 4.º ano, afirma lembrar bem da administração de Rodas. Segundo o estudante, o ex-diretor e atual reitor fez uma gestão marcada pela "falta de transparência".
Para Thiago Montenegro, de 23, Rodas tem um projeto modernizante com o qual quase ninguém concorda. "Não se trata de uma rixa pessoal entre Magalhães (diretor da São Francisco) e Rodas, mas do fato de que a maior parte da universidade é contra o projeto de 'modernização' do reitor", diz o calouro.
Tomás Buratti, de 19, diz não temer retaliações de Rodas à decisão da São Francisco. "Acho impressionante ele continuar na reitoria." Segundo o estudante, o reitor não tem mais "sustentação política" para manter-se no cargo, "levando em conta o forte peso da São Francisco".