Alunos da FEA-USP são a favor da PM no câmpus

O Centro Acadêmico Visconde de Cairu, entidade que representa os alunos da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, divulgou agora há pouco nota sobre a presença da PM no câmpus. Eles são a favor, mas dizem que "é preciso lamentar o ocorrido na última quinta-feira. De certa forma, fica nítido que tanto estudantes quanto policiais se exaltaram".

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Por Redação
Atualização:

Eis a nota na íntegra:

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"Diante dos incidentes ocorridos na noite de ontem, o Centro Acadêmico Visconde de Cairu, entidade representativa dos alunos da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, julganecessário reafirmar sua posição sobre os assuntos referentes à segurança nos campi da Universidade deSão Paulo.

No semestre passado, após a tragédia que se abateu sobre nossa faculdade e tirou a vida do colega FelipeRamos de Paiva, coube ao Centro Acadêmico o papel de reunir os alunos e debater o sério problema daviolência nos campi universitários. O consenso que daí emergiu foi claro: sempre respeitando aqueles que pensam diferente, o CAVC se posicionaria a favor da presença da Polícia Militar na CidadeUniversitária de forma a mitigar crimes cotidianos. A universidade está completamente inserida nacidade e na sociedade, e assim também merece proteção do Estado.

Algumas ressalvas, porém, foram sublinhadas: a entrada da autoridade policial no ambiente universitárioprecisa, sempre, considerar as especificidades desse espaço. A força, enfim, não pode ser utilizada contramanifestações pacíficas que freqüentemente ocorrem na USP. Feitas essas considerações, vimos de forma positiva a assinatura do convênio entre a Reitoria da nossauniversidade e a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo. Os termos desse contrato, aoque parece, são razoáveis e prevêem uma importante integração entre a PM, a Guarda Universitária e acomunidade da USP. É preciso lembrar, enfim, que vivemos em uma sólida democracia republicana, eque nesse cenário a polícia deve estar a serviço do cidadão. Tanto na universidade quanto fora dela, pois,eventuais excessos devem ser investigados e prevenidos.

É preciso lamentar o ocorrido na última quinta-feira. De certa forma, fica nítido que tanto estudantesquanto policiais se exaltaram. Enquanto entidade que representa do corpo discente da FEA USP, porém,o CAVC precisa deixar um ponto claro: discordamos das pautas apresentadas e dos métodos empregadospelo grupo de alunos que, na noite de ontem, ocupou o prédio da Administração da Faculdade deFilosofia, Letras e Ciências Humanas.

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Tanto o debate sobre a liberalização do consumo de drogas - que aparentemente foi o estopim da reação vista ontem - quanto a discussão sobre as formas de atuação da autoridade policial encontram seus fóruns adequados na sociedade civil e nos espaços legislativos. Soa anacrônico, nos dias de hoje,"seqüestrar" um prédio público para que certas demandas sejam ouvidas. O diálogo é sempre preferívelà luta, e a contestação espetacular sempre presta um desserviço ao aprofundamento da democracia.

A entrada da Polícia Militar no câmpus da USP foi, sim, uma vitória dos estudantes. Sozinha, obviamente,ela não é a solução perfeita para a violência dentro da universidade. Sem uma iluminação adequada naCidade Universitária, por exemplo, a prevenção de crimes fica prejudicada. Com efeito, o que é preciso se discutir hoje são as formas de atuação da polícia, e não a sua conveniência".

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