Sem dinheiro do MEC, câmpus da Unifesp não paga luz e limpeza

Não há previsão para compra de livros e material de laboratórios; Reitoria ressalta que nenhum serviço foi interrompido até agora

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Por Paulo Saldaña
Atualização:

Por causa do represamento de gastos do Ministério da Educação (MEC), o câmpus de São José dos Campos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) não pagou contas de energia e serviços de limpeza e vigilância desde janeiro. Segundo o Instituto de Ciência e Tecnologia, que funciona na unidade, ainda não há previsão de recursos para aquisição de livros, materiais de laboratório e outros "itens essenciais para a manutenção mínima das atividades de ensino, pesquisa científica e extensão".

FOTO: UNIFESP Foto: Estadão

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Uma nota foi encaminhada para comunidade do câmpus pelos professores Luiz Leduíno e Claudia Campos, diretor e vice-diretora do instituto, respectivamente. A falta de "financiamento mínimo" do MEC foi apontada pelos dirigentes como motivo para a situação. "Há ameaças de cortes", ressalta a nota.

A reitoria da Unifesp ressaltou à reportagem que não há cortes, "mas sim a suspensão do lançamento de novos editais de transporte, limpeza e projetos de cultura dos alunos até que a Lei Orçamentária Anual (LOA) seja aprovada". Também defende que nenhum serviço foi interrompido até o momento.

Algum impacto nas atividades acadêmicas é inevitável, diz reitoria

O ajuste fiscal promovido pelo governo já vem atingindo as universidade federais desde o começo do ano, como já publicado no blog. O orçamento da União só passou pelo Congresso no dia 18 de março, mas a aprovação final da presidente Dilma Rousseff (PT) ainda não saiu. Nos dois primeiros meses do anos, as universidades seguiram a regra geral de restrição do governo de gastar apenas 1/18 do orçamento de custeio previsto para o ano - normalmente, gasta-se 1/12 enquanto não se tem orçamento. O MEC, entretanto, garantiu que em março os recursos seriam normalizados.

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Segundo a reitoria da Unifesp, a universidade tem feito readequações de contratos para garantir o menor impacto possível sobre as atividades acadêmicas, "embora algum impacto seja inevitável nas atuais condições". Na semana passada, a universidade propôs um Fórum em Defesa da Educação Pública. Os docentes da Unifesp realizam no próximo dia 10 em todos os câmpus debates sobre a situação atual.

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