Professora de Biologia diverte alunos usando fantasias para dar aulas lúdicas

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Por Oficina do Estudante
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Para tornar as aulas de Biologia ainda mais atrativas, em meio a um cotidiano extremamente tecnológico, repleto de aplicativos e jogos que prendem a atenção e o pensamento de crianças e adolescentes, Paula Gadioli Alberto, professora do Colégio Oficina do Estudante de Campinas (SP), adotou uma abordagem inusitada: lecionar fantasiada. 

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"Com base na neurociência, sei que os estudantes aprendem mais quando se divertem, porque o cérebro, apesar de ser responsável por toda a nossa parte racional, memoriza mais facilmente as coisas ligadas ou aliadas a emoções. Por isso, nunca esquecemos de um acidente ou fato que tenha nos entristecido bastante. Eu brinco com meus alunos dizendo que, se eu fizesse eles chorarem, iriam decorar a matéria. Mas, não seria inspirador. Então, optei por fazer palhaçadas. Porém, sempre relacionadas com o tema da aula", disse. 

Nesse contexto, Paula, de 39 anos, que dá aulas há 17, afirma que com criatividade as possibilidades de comprar ou customizar trajes e utilizar adereços são inúmeras. Revela que sua veia artística é oriunda da Arte circense, da qual também já foi professora, e ao fato de, segundo ela mesma, "nunca ter amadurecido 100%". "Meu marido fala que eu não tive infância (risos) e eu digo que não tive mesmo", comenta. 

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"Eu quis fazer uma aula bem legal e diferente em 2020, quando todos estavam em casa por causa da pandemia. Na época, entendi que seria interessante passar o máximo possível de informações visuais para os alunos, porque eles perderam um pouco da expressão e da autenticidade da voz do professor no ensino remoto - também e, posteriormente, devido às máscaras. Eu tinha acabado de adotar uma cachorrinha e a incluí na brincadeira para tratar de cadeia alimentar. Vesti ela com uma roupinha de girafa, usei a minha de leão e simulei, numa sessão de fotos sequenciais, que eu iria matá-la para me alimentar. Ficaram os slides. Quando as aulas presenciais foram retomadas, pensei em trazer a dinâmica para dentro da escola, mantendo o maior interesse conquistado junto às classes. Mediante a autorização da Coordenação, eu vim dar aula com meu macacãozinho de leão", revela sobre a origem da abordagem. 

Desde então, pontua já ter aparecido no colégio fantasiada de girafa para ensinar sobre a evolução das espécies, pegando o gancho dos livros, que sempre tem nesse animal uma tradicional figura para confrontar o Darwinismo com o Lamarquismo. 

Paula garante que o recurso é válido e eficaz independentemente da série, funcionando tanto para seus alunos do Ensino Fundamental II, com idade entre 11 e 15 anos, quanto para os do Ensino Médio, com jovens de até 18 anos. "Os alunos adoram. Só de eu entrar assim na sala, eles já ficam ligados em mim. Eles se interessam porque a professora deles está pagando um micão", analisa. 

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A docente examina que, esse e outros esforços "diferentes", cativam os estudantes, pois eles percebem que os professores não estão só realizando o seu trabalho, mas estão se dedicando de corpo e alma ao ato de lecionar. "Veem que a gente coloca o coração ali", frisa. Paula examina que, além dessas abordagens atípicas, os alunos aumentam sua empatia por seus educadores ao ter contato com seu lado humano. "Às vezes, falamos de coisas que já passamos em nossas vidas e isso os toca. Acho muito válido", contextualiza. 

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O sucesso com os alunos é tão grande que Paula se diz motivada para investir em novas fantasias. Principalmente, as que remetem à animais. Planeja vir trajada de "jacaré-dinossauro", em breve, para dar uma aula para o 8º ano sobre animais vertebrados. "Precisa gostar muito do que faz e usar a criatividade", encerra. 

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