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Estudo do meio: formação do ser ético, político - e original

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Por Equipe Nossa Senhora do Morumbi
Atualização:
Um Estudo do Meio como a Expedição Brasília é a oportunidade para questionarmos, fiscalizarmos, propormos algo aos "senhores do poder". Foto: Estadão

Nosso país vive um momento inédito. Não porque vivamos um momento novo, mas porque nunca tantos brasileiros se interessaram tanto por política, participação e cidadania.

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As manifestações de junho de 2013 mostraram que é urgente uma reforma política, constitucional e tributária - não apenas encabeçada pelos detentores do poder, mas discutida por todos nós, graças à expansão das redes sociais.

Entender o que é esse processo e debater essas mudanças é um exercício de cidadania que ultrapassa a mera votação cívica; é um aprendizado que deve passar pelos meios institucionais e organizações, como as escolas. É preciso propor uma educação para os novos tempos, que forme um estudante consciente de suas responsabilidades sociais e apto para discussões ético-politicas tão necessárias para o Brasil que queremos construir.

A melhor forma de alcançar esse objetivo é extrapolar a sala de aula, levando o aluno a conhecer - e vivenciar - casos concretos.

Nosso colégio propôs aos alunos a "Expedição Brasília". O projeto é parte de nossa pedagogia Freinet ("tire os alunos das salas, que eles aprenderão") e representou oportunidade única para que os conhecimentos trabalhados pelos docentes extrapolassem os livros e levassem os alunos à vivência de nossa história e exercício real de democracia.

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E por que escolher visitar nossa Capital Federal? Brasília não representa apenas uma cidade moderna. Ela foi um sonho, um projeto. O país arquitetou sua política e sua forma de inserção na nova conjuntura internacional por meio de Brasília, com seu plano piloto, suas avenidas largas e sem semáforos, seus vãos livres dos edifícios, as vigas aparentes dos palácios, os espelhos d'água e o lago Paranoá.

A concretude de uma cidade democrática se realizou em cada um de seus espaços e no coração do Brasil; mas o que era para todos os brasileiros se limitou à classe dos políticos profissionais. Cabe a nós, agora, apropriarmos dessa construção democrática, conhecer seus meandros, seus gabinetes, seus escaninhos.

É a oportunidade para questionarmos, fiscalizarmos, propormos algo aos "senhores do poder". O Estudo do Meio não é um fim em si. Ele começa antes, nas aulas de Sociologia, em que os sistemas partidários são ensaiados e analisados, nas aulas de Geografia, por exemplo, em que a apropriação do espaço do plano piloto é alvo de pesquisa mais aprofundada.

Mas há muito mais, pois no Ensino Médio cada disciplina pode apresentar um campo de exploração - a Geometria pode propor um trabalho de visão crítica às formas arquitetônicas; a Física o "clima de Brasília"; a História discussões em torno do "conjunto das Leis Trabalhistas"; a Biologia e a Química podem trabalhar políticas públicas acerca do uso e da preservação da água; a Língua Portuguesa pode mergulhar na "visualização da modernidade da cidade a partir das vanguardas europeias"; a Língua Inglesa e a Geografia propõem temas como "Terceirização", "Lógica de localização de endereçamento do Plano Piloto", "Diário de Bordo e a Monumentalidade".

Toda essa diversidade de propostas está fundamentada no conhecimento desse espaço singular do país. Para os alunos do 9º ano trabalhamostemas como "Análises de letras de músicas e/ou poemas de artistas brasilienses" em Língua Portuguesa, Redação e História; "Quantos e quem me representa no congresso nacional" em Matemática; "Candangos de Brasília: coragem e perseverança" nas disciplinas de História e Ensino Religioso; "Os Azulejos de Athos Bulcão" em Artes e Língua Francesa.

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Tudo o que é realizado culmina na exposição dos diversos trabalhos e leva os estudantes a desempenharem um novo papel nessa sociedade que exige tanto de nosso olhar atento e analítico.

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Os professores devem levar os alunos a buscar a plena conexão entre os locais visitados, os temas abordados e as diversas iniciativas que compõem uma expedição como essa. Inclusive os estudantes que não acompanham a viagem podem participar. Com eles trabalhamos a temática do cimento e do concreto armado, numa parceria inédita que realizamos com a FAAP.

Também é importante salientar a participação das famílias. Elas devem participar desde o início, com sugestões.

Por fim, vale lembrar que contatos com políticos possibilitam que estudantes dialoguem com autoridades do Legislativo - no nosso caso destacamos a deputada federal Mara Gabrili (PSDB) - e do Executivo o ex-Senador Eduardo Suplicy, Secretário de Direitos Humanos e Cidadania da cidade de São Paulo, além do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Prof. Me. Rangel Lima Garcia

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