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Opinião|Por que aprender um segundo idioma e quando começar?

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Atualização:

 

* Por Claudia Paschoalin e Regina Pinheiro

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Há tempos que o aprendizado de um segundo idioma deixou de ser um diferencial e passou a ser um pré-requisito no mercado de trabalho brasileiro. De acordo com a edição 2018 do Índice de Proficiência em Inglês (EPI), o Brasil segue no grupo de países com "baixa proficiência" na língua estrangeira, destacando-se no 53º lugar, abaixo da média mundial que inclui 88 países.

Além da questão profissional, compreender outro idioma amplia os horizontes e facilita o acesso a conteúdo e experiências que poderiam ser limitadas sem esse conhecimento.

Para quem tem filhos pequenos, sempre há a dúvida a respeito da melhor idade para começar a aprender uma nova língua. Os pais se dividem entre os que acreditam que é melhor esperar para não sobrecarregar a rotina da criança e os que apostam na facilidade de aprendizado dos pequenos, que estão descobrindo o mundo cada vez mais cedo.

Recentemente, pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) comprovaram o que em parte a experiência no ensino de inglês para crianças já havia mostrado: o período entre zero a 18 anos seria o ideal para aprender regras gramaticais e um novo idioma. A pesquisa sugere que jovens na faixa etária de até 17 ou 18 anos estão no auge da curva de aprendizado gramatical ou de um novo idioma. A partir daí, ainda é possível aprender, claro, mas será cada vez mais difícil e praticamente impossível conseguir falar como um nativo. Aliás, para conseguir se aproximar da fluência de um falante nativo do idioma, o ideal seria começar a estudar pelo menos até os dez anos de idade, aponta a pesquisa.

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Como a vivência no ambiente escolar, ao longo dos anos, é possível notar e comprovar que a criança que é exposta mais cedo a novos idiomas tem maior facilidade de aprendizagem. Nos primeiros anos de vida aprendemos o que há de mais essencial para viver é o melhor momento para captar o que há no mundo. As crianças não fazem distinção entre idiomas e, por isso, aprendem mais facilmente: para elas é natural falar tanto sim como yes, por exemplo, e construir frases de maneira mais prática do que um adulto.

É claro que a didática de aprendizagem nos primeiros anos acontece de uma forma diferente, com base em experiências lúdicas como brincadeiras, contação de histórias, cantoria de músicas, entre outras. Mas, esses vocabulários aprendidos já multiplicam as possibilidades de compreensão do mundo dos pequenos, ainda mais em um ambiente conectado como o que vivemos, onde jogos, vídeos e outras experiências podem ser vivenciadas tanto em português como em inglês, por exemplo. A vivência cultural como um todo é ampliada e a criança só tem a ganhar com isso.

Em idade adulta, as barreiras psicológicas começam a surgir, tornando mais difícil o processo de compreensão de outra língua quando comparado às crianças, que não têm filtros ou vergonha de formar frases e compor sentenças. Cerca de 600 mil pessoas foram avaliadas pelos pesquisadores do MIT para analisar as curvas de aprendizado e identificar as faixas etárias que mais conseguem absorver as informações. O que ainda não foi explicado é a razão desse declínio após os 18 anos. Pode ser uma mudança biológica, social ou até comportamental. As crianças tendem a ser mais curiosas e abertas a decifrar as curiosidades do mundo que está a sua volta. Já entre os jovens os interesses se tornam mais específicos e direcionados, o que talvez explique essa curva de aprendizado.

De toda forma, não há dúvidas que aprender um segundo idioma só tem a acrescentar na formação e cultura de pessoas de todas as idades. Aprender um novo idioma é ultrapassar as barreiras e ampliar os horizontes para a diversidade cultural do mundo.

*Claudia Ayres Paschoalin é Coordenadora de Educação Infantil e Fundamental - Anos Iniciais, no Colégio Marista Glória *Regina Ap. Ianzini Pinheiro é Professora de Inglês para o Ensino Fundamental e Médio - Anos Finais e Ensino Médio, no Colégio Marista Glória

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 Foto: Estadão

 

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