Um projeto da disciplina de História do Colégio Marista Glória, localizado na zona central da cidade de São Paulo (SP), está transformando o olhar para si e para o próximo dos alunos do 9° ano do Ensino Fundamental Anos Finais. As atividades estão voltadas para a definição de identidade, como princípio de cidadania e o entendimento da identidade cultural de grupos específicos.
A identidade cultural é um conjunto vivo de relações sociais e patrimônios simbólicos historicamente compartilhados que estabelece a comunhão de determinados valores entre os membros de uma sociedade. Ela é o sentimento de identidade de um grupo, cultura ou indivíduo, na medida em que este é influenciado pela cultura do coletivo a que pertence.
De forma geral, entende-se por identidade aquilo que se relaciona com o conjunto de entendimentos que uma pessoa tem sobre si mesma e sobre tudo aquilo que lhe é significativo. O professor da disciplina de História Faissal Tannoukhy explica que esse entendimento é consolidado a partir de determinadas fontes de significado que são construídas socialmente, como o gênero, nacionalidade ou classe social, e que passam a ser usadas pelos indivíduos como plataforma de sua identidade.
De acordo com o docente, a identidade é ainda o conjunto de características particulares (ou não) de uma pessoa, como nome, data de nascimento, sexo, filiação, impressão digital, entre outras. "As identidades podem funcionar, ao longo de toda a sua história, como pontos de identificação e apego apenas por causa de sua capacidade para excluir, para deixar de fora, para transformar o diferente em exterior, em objeto. Toda identidade tem, à sua margem, um excesso, algo a mais."
Neste momento o assunto tratado em sala de aula é "Identidade e memória no contexto da Guerra Fria", período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo a fase entre o final da II Guerra Mundial em 1945 e a extinção da União Soviética, em 1991. A proposta é falar sobre mais temas no decorrer do ano, com novas abordagens.
"Com essa noção de seu posicionamento na sociedade e a compreensão de alteridade, estamos formando cidadãos muito mais conscientes de seu papel", ressalta o professor.