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Ação contra bullying é obrigação de escola

Em maio deste ano, o Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgaram pesquisa realizada com contribuição da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP), da Universidade de São Paulo (USP), de que aumentou de 5% para 7% a presença de casos de bullying nas escolas brasileiras. O levantamento apontou também que 20,8% dos estudantes já praticaram algum tipo de bullying contra os colegas e que a prática é proporcionalmente maior entre os meninos do que entre as meninas.

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Mirna Eloi Suzano, diretora do colégio Liceu Santa Cruz, acredita que são dados que traduzem a realidade e que o aumento também está relacionado ao fato de haver um estímulo muito grande para que as crianças e adolescentes contem as situações que vivenciam. Mais: pais e responsáveis também estão mais atentos à questão.

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"No Liceu Santa Cruz temos poucas situações. Há muito tempo nos preocupamos em colocar o assunto em discussão e sempre atuamos quando surgem situações entre os alunos", comenta.

Segundo a diretora, a instituição tem como regra orientar os alunos envolvidos, tomando também as medidas disciplinares cabíveis e estabelecidas pelas normas regimentais. "Não tem o que inventar. À escola cabe agir, preventivamente ou quando algum caso acontece. Atuamos prontamente quando a informação chega e levamos as informações às famílias para que continuem orientando seus filhos", completa.

Pensando em como diminuir os casos de bullying e apoiar os alunos que sofrem esse tipo de ataque, o Liceu Santa Cruz tem investido muito na informação sobre o assunto e vem desenvolvendo projetos nas áreas de filosofia, sociologia e OPEE (Orientação Profissional, Empreendedorismo e Empregabilidade).

No primeiro semestre, a escola organizou um espetáculo teatral sobre o bullying, o qual todos os alunos assistiram e, ao longo da semana que antecedeu a apresentação, todos os professores abordaram o tema em sala de aula e os alunos produziram textos e cartazes que ficaram expostos.

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Peça teatral sobre Bullying. Foto: Rodrigo Borges

 

Em relação aos alunos que praticam bullying, as medidas disciplinares adotadas pela instituição são as que constam nas normas escolares. "Não acreditamos que a impunidade deva acontecer, mas só medidas punitivas não são a solução para a questão. Precisamos estabelecer as possibilidades de retratação e pedido de desculpas entre os envolvidos", comenta Mirna.

As situações são sempre amplamente discutidas com toda a comunidade escolar. A orientação dada aos alunos é sempre no sentido de que não devem ter medo de contar o ocorrido, que podem contar com o apoio de toda a equipe de profissionais da escola e que sempre haverá a intervenção dessas pessoas para que a situação seja resolvida.

Alunos na peça sobre bullying. Foto: Rodrigo Borges

Já os professores são orientados para que interfiram imediatamente, não dando espaço para que a situação continue e para que levem a situação à coordenação e direção.

Para a diretora Mirna, o principal malefício para alunos que sofrem com o bullying é o risco de que a situação seja vivida individualmente e que possa determinar um processo de baixa autoestima, que pode levar a situações de ansiedade, depressão, tristeza, distúrbios alimentares e de sono, ou mesmo, comportamentos agressivos.

Mirna finaliza: "O que temos percebido é que está surgindo cada vez mais cedo. Hoje temos manifestações em todas as faixas etárias. Entre adolescentes e pré-adolescentes é mais comum, porém, mesmo entre crianças do Ensino Fundamental acontecem alguns casos".

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