PUBLICIDADE

Foto do(a) blog

Blog dos colégios

Potencialidades e possibilidades: o diálogo entre a Neurociência e a Educação

Ter conhecimento de aspectos da neurociência enriquece e traz novos olhares para a educação. Adriessa Santos, professora e coordenadora do curso de Pós-graduação em "Neurociência na Escola", do Instituto Singularidades fala mais sobre esta relação, na entrevista a seguir.

Por Instituto Singularidades
Atualização:

 

O que é Neurociência e como ela se relaciona com a Educação? 

PUBLICIDADE

A Neurociência vai além de estudar o cérebro, como muitas vezes ouvimos. É uma ciência ampla, que cada vez mais debruça-se em compreender diferentes mecanismos, entre eles os processos envolvidos na aprendizagem.

Aqui, vale ressaltar que a ponte entre a Neurociência e a Educação está ainda sob construção. Isso significa que ainda há muito o que estudar. Outro aspecto importante é enfatizar que a Neurociência não oferece "receitas" ou métodos que direcionem que o professor e a professora devem ou não fazer em sala de aula.

Tampouco, esta área tem a intenção de biologizar os processos de aprendizagem. A Neurociência nos ajuda a mudar o nosso olhar.

Publicidade

Apesar de não trazer respostas, a Neurociência aponta caminhos para a compreensão da aprendizagem. Imagem: CDC/Unsplash  

 

Então, conhecer alguns pontos da Neurociência pode ajudar o professor e a professora a entender características da aprendizagem, mudando seu olhar diante das práticas escolares?

Exatamente. Essa é a forma que entendemos a principal contribuição da Neurociência para a Educação, como uma maneira de olhar de outra forma para as nossas práticas e de (re)pensá-las, uma vez que conhecemos sobre alguns processos biológicos envolvidos na aprendizagem.

Um exemplo: um dos meus alunos tem dificuldade para prestar atenção na aula. A Neurociência vai me dizer o que eu devo ou não fazer? Não. Mas eu posso entender os processos atencionais e a partir disso refletir sobre as minhas práticas, considerando esses elementos.

Outro exemplo se dá quando entendemos que, para que alguém aprenda, essa pessoa precisa "fortalecer as sinapses", ou seja, ter contatos constantes com aquele determinado estímulo. Isso significa que rever os conceitos por meio de estratégias diferentes é uma boa prática a ser adotada, mas ainda assim, não é uma garantia, uma vez que cada cérebro é único.

 

Todavia não há um consenso sobre os impactos da pandemia nos processos de atenção, no processo de retenção de conteúdos e na motivação das crianças em aprender. Pode a neurociência dar algumas pistas sobre isso, ou ser uma ponte para a construção de um entendimento deste impacto?

Publicidade

Responder a esta pergunta é um desafio. Acima, conversamos sobre a ponte que está sendo construída entre essas duas áreas, Neurociência e Educação. Isso nos mostra como não temos respostas quando olhamos para esse cenário específico que é o ensino remoto.

Mas acredito que conhecer sobre as contribuições da Neurociência também pode me fazer (re)pensar as minhas práticas quando estou à frente dos desafios que a sala de aula me proporciona, seja ela presencial ou remota. E reafirmo: não há "receitas".

 

Quais métodos são usados para construir esse olhar guiado pela neurociência, na pós-graduação que você coordena no Singularidades?

Não há método. De forma geral, cada módulo discute os tópicos referentes a cada temática e, a partir daí, são promovidas discussões sobre como podemos dialogar esses conceitos com as nossa práticas. É uma construção coletivas.

 

Para terminarmos, você pode nos contar algo que considera muito importante e relevante a respeito da Neurociência e a Educação?

Publicidade

Vou citar uma que é o papel do sono na aprendizagem. A Neurociência já nos mostra que as nossas memórias são consolidadas durante o sono.

Considero essa uma informação muito relevante, porque observamos cada vez mais questões que envolvem problemas com o sono em crianças, adolescentes e em nós mesmo. Assim, entender a importância de dormir (bem) para aprender, pode nos dar mais condições de cuidar desse momento tão relevante e crucial para a aprendizagem.

 

Para saber mais: http://institutosingularidades.edu.br/novoportal/produto/neurociencia-na-escola-2/Entre em contato: singularidades@singularidades.com.br

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.