Brenda Zacharias, Luísa Laval e Sandy Oliveira, especiais para o Estado
15 de outubro de 2019 | 14h32
Publicado pela primeira vez em 1938, o livro Vidas Secas, do escritor alagoano Graciliano Ramos, continua sendo uma obra marcante que retrata os dramas cotidianos do sertão nordestino. O repórter de Metrópole Felipe Resk visitou a terra do autor e que serviu de inspiração para o livro – o cenário de hoje continua bastante semelhante àquele em que os personagens da obra clássica vivem. A reportagem foi publicada nos 80 anos do livro.
O material busca aproximar o leitor do universo de Graciliano Ramos, unindo famílias e ambientes reais com a linguagem lírica e característica do autor. A cada capítulo da reportagem é possível explorar aspectos tanto do livro quanto da história do escritor. Além disso, os repórteres que fizeram a matéria preocuparam-se em utilizar palavras existentes no vocabulário da obra e apresentam citações que podem ser utilizadas em sala de aula ao tratar do tema.
A reportagem pode ser usada para aulas de Literatura. Também é possível falar de Vidas Secas, 80 anos em aulas de História e Geografia, discutindo a colonização do Nordeste brasileiro e seus aspectos socioeconômicos atuais. O trabalho inclui fotos, vídeos e documentos que enriquecem ainda mais a aula e sua preparação.
O repórter Felipe Resk comenta os bastidores da reportagem:
PROPOSTAS DE ATIVIDADES
1 – Trabalho em grupo
Divida a turma em sete grupos. Cada um ficará responsável por ler um capítulo da reportagem. No fim da leitura, os alunos podem fazer uma apresentação para a sala, resumindo os principais pontos abordados da seção e os aspectos que mais chamaram a atenção.
2 – Carta
Mostre algumas fotos que foram utilizadas na reportagem e conte uma breve história do entrevistado. Como exercício, os alunos deverão escrever uma pequena carta para essas pessoas: podem ser perguntas aos moradores, relatos pessoais sobre vivências ou algo que tenha se destacado ao conhecer a história.
3 – Discussão de problemas sociais
Use como exemplos os problemas sociais que são descritos na reportagem (pobreza e falta de escolaridade, por exemplo) para discutir com os alunos os aspectos da própria rua ou bairro que podem se assemelhar com a situação da família. Peça para que descrevam, por escrito, um problema que vivenciaram. Questione se esse relato pode ser considerado uma reportagem. Na sequência, mostre o vídeo com o repórter Felipe Resk contando como se produz um material jornalístico.
Ricardo Ramos Filho, neto de Graciliano, fala da importância do livro atualmente:
Disciplinas envolvidas: Literatura, História e Geografia.
Anos em que as habilidades podem ser trabalhadas: ensino médio
Referências na BNCC:
Área de Linguagens e suas Tecnologias – EM13LP48; EM13LP51; EM13LP52
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas – EM13CHS204; EM13CHS404
(EM13LP48) Perceber as peculiaridades estruturais e estilísticas de diferentes gêneros literários (a apreensão pessoal do cotidiano nas crônicas, a manifestação livre e subjetiva do eu lírico diante do mundo nos poemas, a múltipla perspectiva da vida humana e social dos romances, a dimensão política e social de textos da literatura marginal e da periferia etc.) para experimentar os diferentes ângulos de apreensão do indivíduo e do mundo pela literatura.
(EM13LP51) Analisar obras significativas da literatura brasileira e da literatura de outros países e povos, em especial a portuguesa, a indígena, a africana e a latino-americana, com base em ferramentas da crítica literária (estrutura da composição, estilo, aspectos discursivos), considerando o contexto de produção (visões de mundo, diálogos com outros textos, inserções em movimentos estéticos e culturais etc.) e o modo como elas dialogam com o presente.
(EM13LP52) Produzir apresentações e comentários apreciativos e críticos sobre livros, filmes, discos, canções, espetáculos de teatro e dança, exposições etc. (resenhas, vlogs e podcasts literários e artísticos, playlists comentadas, fanzines, e-zines etc.).
(EM13CHS204) Comparar e avaliar os processos de ocupação do espaço e a formação de territórios, territorialidades e fronteiras, identificando o papel de diferentes agentes (como grupos sociais e culturais, impérios, Estados Nacionais e organismos internacionais) e considerando os conflitos populacionais (internos e externos), a diversidade étnico-cultural e as características socioeconômicas, políticas e tecnológicas.
(EM13CHS404) Identificar e discutir os múltiplos aspectos do trabalho em diferentes circunstâncias e contextos históricos e/ou geográficos e seus efeitos sobre as gerações, em especial, os jovens e as gerações futuras.
O Estadão na Escola é parte de uma parceria com o Instituto Palavra Aberta, entidade sem fins lucrativos que lidera o EducaMídia, programa de educação midiática dedicado a formar professores e produzir conteúdos sobre o tema. A parceria é coordenada por Daniela Machado e Mariana Mandelli.
O material teve a colaboração de Carlos Rogério Duarte, professor de Literatura do Poliedro.
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