Escola Vilaplay
02 de setembro de 2016 | 15h43
Vivemos na era da pressa…. Temos pressa para ir ao trabalho, no transito, para entregar tudo no prazo…. Parece que nunca temos tempo…. Corremos contra o relógio! Com isso o que sentimos, o que vemos e escutamos são processados e muitas vezes nem percebemos… Quantas vezes você só escutou o passarinho cantando porque alguém te falou? Ou que o barulho da caneta da pessoa que está sentada ao lado só te incomodou porque alguém reclamou do barulho?
Mas para o bebê… Muitas vezes é a primeira vez que ele se depara com estas sensações! Ele tem a necessidade de ver tudo ao redor, presta atenção nos sons, movimentos das folhas…. Analisa cada detalhe da sua mão, seu brinco, a barba do papai…. Sentem a areia e apreciam minuciosamente o ambiente! Quantas vezes indagamos como o pequeno é capaz de encontrar objetos tão minúsculos e ficar horas analisando-o!
Pois é… O tempo dos bebês é outro…. As vezes não temos tempo (quem sabe até paciência) de deixar o bebê tentar…. Vai tentar rolar, damos uma ajuda. Tenta sentar, puxamos a mão. Esticou o braço, damos o brinquedo. Tenta encaixar, ajudamos. Oferecemos um brinquedo novo e logo mostramos tudo o que o brinquedo faz antes mesmo do bebê tentar e criar suas próprias estratégias…
Espere mais! Observe mais e descubra quanta coisa seu pequeno é capaz de fazer sozinho! Brincar nem sempre é estar ali, na ativa…, mas também é esperar, observar e deixar espaço para que o bebê descubra… A expressão dele ao descobrir algo novo é algo indescritível! E mais, é gratificante pois, a primeira coisa que ele faz é olhar para você e compartilhar a descoberta!
Talvez sejam os bebês que irão nos mostrar que o tempo necessita ser outro, e conseguiremos ser um pouco mais saudáveis, nos afastando desta doença urbana conhecida como “ansiedade”, gerada pela velocidade anormal com que estamos levando a vida!
Os bebês e as crianças precisam de tempo. Quanto? O TEMPO deles! Será um “sensível exercício” desligar o automático! Observar mais, agir menos e deixar acontecer!
Nadja Azevedo
Fisioterapeuta
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.