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Os primeiros 2 anos de vida: Um caminho permeado por progressos

Por Escola Eduque
Atualização:

Nos primeiros 2 anos de vida, as estruturas do desenvolvimento social, cognitivo e afetivo começam a se constituir e à medida que o bebê se desenvolve, as mudanças afetam o seu comportamento em todas as áreas. Esse processo evolui conforme a criança age sobre o ambiente: ao experimentar por meio das ações sensoriais e motoras atribui significado às coisas que a cercam e constrói conhecimentos. Vocês devem estar se perguntando: Bebês constroem conhecimentos? De que forma isso acontece?! Recorro à teoria de um grande estudioso que descreveu cuidadosamente os dois primeiros anos de vida das crianças para responder a estas perguntas. Segundo PIAGET, o comportamento dos bebês é pautado em reflexos básicos, como sugar, agarrar e chorar. A partir dessas experiências, eles chegam ao terceiro/ quarto mês fazendo as primeiras diferenciações primitivas entre os objetos de seu ambiente mais próximo. Sendo assim, aparecem novos comportamentos, como chupar o dedo (coordenação mão-boca), seguir movimentos de objetos e pessoas (coordenação da visão) e o movimento da cabeça em busca da direção dos sons (coordenação da visão-audição). Entre o quarto e o oitavo mês, ocorre a coordenação da visão e do tato, sendo possível manipular objetos que podem alcançar, além de tentar repetir as experiências que acharam interessantes, como bater o brinquedo para fazer barulho, puxar algo em suspenso, entre outros. Dos 12 aos 24 meses, aparecem comportamentos que constituem verdadeiros atos de inteligência. A criança começa a fazer uso de meios para alcançar o que deseja através de experimentações, antecipando acontecimentos e começa a procurar por objetos quando os vê desaparecer. É possível ver as crianças dessa faixa etária afastando um objeto para que possam alcançar um brinquedo e se manifesta gemendo ou chorando quando percebem que a pessoa que está sentada ao seu lado vai se levantar ou se distanciar. Aos dois anos de idade a criança passa de um nível de inteligência sensório-motora para a inteligência representacional. Isto significa que ela começa a simbolizar mentalmente objetos e eventos e consequentemente se torna capaz de resolver problemas através dessa representação e não mediante apenas às experimentações, que agora, são feitas em pensamento. Desse modo, vemos crianças ajustando os objetos da maneira que desejam, sem fazer muitas tentativas, como quando tentam se ajoelhar em um banquinho, mas ao apoiarem-se sentem-se instáveis, então descem e empurram-no para perto do sofá. Conseguindo, assim, brincar da maneira que gostariam. Conjuntamente com o desenvolvimento das estruturas cognitivas ocorre o das estruturas afetivas. Durante a maior parte dos dois primeiros anos de vida, o afeto é centrado em si mesmo, pois o bebê não construiu a noção de que existem outros no mundo, além dele. É o que denominamos egocentrismo. No segundo ano de vida, as crianças começam a se perceber como um ser que tem vontades e perceber os outros ao seu redor, sendo possível compartilhar e trocar experiências. Elas se tornam capazes de ter sentimentos por pessoas e objetos. As preferências e o sentido de gostar e não gostar começam a se estabelecer, construindo assim as relações interpessoais. As capacidades vão se tornando mais sofisticadas a cada novo período do desenvolvimento e o espaço escolar em parceria com as famílias tem o privilégio de contribuir e acompanhar o percurso dos progressos que ocorrem ao longo dos 2 anos de vida dos pequenos, que vão se mostrando cada vez mais inteligentes e maduros!

Tatiana Duarte, Pedagoga (PUC SP), com Gestão Escolar e Educação Infantil (PUC SP) e especialista em Alfabetização (ISECEVEC). Gestora Pedagógica da Escola Eduque.

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