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Saiba o que a Educação Básica Pública tem a ver com sua vida

Número de municípios com menos de 25% dos alunos com aprendizagem adequada cai 50 pontos percentuais na década

Monitoramento do Todos Pela Educação também identificou correlação entre nível socioeconômico municipal e índices de aprendizagem

Por Todos Pela Educação
Atualização:

 Foto: JOAO BITTAR / UNESCO - MEC

Nas últimas semanas, analisamos aqui os dados de monitoramento da Meta 3 do Todos Pela Educação: Todo aluno com aprendizado adequado ao seu ano. Já avaliamos as discrepâncias por região do País, gênero, raça/cor e localidade. As desagregações permitem um olhar focado sobre as demandas específicas dos alunos, já que levam em consideração a diversidade de um País como o Brasil.

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Investigar as informações referentes aos municípios também é importante, uma vez que, constitucionalmente, são eles os entes federados responsáveis pelo início da Educação Básica, sendo obrigados a atender prioritariamente as demandas de Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

Analisando o período entre 2005 e 2015, os dados mostram que o número de municípios com menos de 25% dos seus estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental com aprendizagem adequada em língua portuguesa caiu 48,9 pontos percentuais, indo de 62,6% para 13,7%. Isto significa que os municípios que tinham os piores resultados há doze anos estão saindo dos patamares mais baixo de desempenho. Tal avanço pode ser percebido quando observamos que houve um movimento de municípios saltando para as faixas maiores de alunos com aprendizado adequado. Por exemplo: em 2015, a quantidade de municípios que atingiu a faixa de 50% a 75% dos seus alunos com aprendizado adequado na disciplina no 5º ano superou o número de municípios na faixa de 25% a 50%.

Em matemática, o movimento é semelhante: houve queda de 56,1 pontos percentuais no total de municípios com menos de um quarto de seus alunos com proficiência esperada entre 2005 e 2015. No entanto, nota-se menor mobilidade dos municípios em direção a percentuais mais altos de alunos com aprendizado adequado. Os gráficos abaixo ilustram a situação no 5º ano do Ensino Fundamental.

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Fonte: Prova Brasil e Saeb 2015. Elaboração: Todos Pela Educação. Foto: Estadão

 

Fonte: Prova Brasil e Saeb 2015. Elaboração: Todos Pela Educação. Foto: Estadão

 

Outra boa notícia foi o aumento do número de municípios com mais de que 75% dos alunos sabendo o esperado nas duas disciplinas avaliadas. Em 2005, esse índice era de 0,1% e de 0% em português e matemática, respectivamente. Já em 2015, essas porcentagens alcançaram 8,4% em língua portuguesa e 4,2% em matemática.

Preocupação com Anos Finais

Os resultados do 9° ano refletem as dificuldades da etapa - a já conhecida "perda de fôlego" que ocorre depois do Ensino Fundamental I, fazendo com que os resultados obtidos nos Anos Iniciais não apareçam nas etapas subsequentes. Ainda são poucos os municípios que atingem percentuais acima de 50% de alunos com aprendizado adequado.

Os dados de matemática são os mais preocupantes, já que os municípios não avançam significativamente nas faixas de desempenho desde 2005, tanto no topo como na base. Estatisticamente, é de 0% a taxa das cidades com mais de 75% dos alunos aprendendo o adequado na disciplina desde o início da série histórica, enquanto a porcentagem das prefeituras com menos de um quarto dos alunos aprendendo o adequado recuou apenas de 95,7% para 85,3% no mesmo período.

Socioeconômico

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É possível identificar nos dados dos municípios uma grande correlação entre o Produto Interno Bruto (PIB) per capita e o desempenho educacional: quanto maior o PIB, maior o percentual de alunos com aprendizado adequado. Por exemplo: no 5º ano do Ensino Fundamental, municípios com os piores patamares de aprendizagem em língua portuguesa apresentam PIB per capita equivalente a quase um terço da média nacional, que é de R$ 5 mil/ano. Um valor bastante baixo.

Entretanto, vale destacar que essa correlação não é regra. Os municípios cearenses Groaíras e Brejo Santo são prova disso uma vez que, mesmo com PIB per capita considerado baixo, seus percentuais de alunos com aprendizado adequado em língua portuguesa e matemática estão bem acima da média nacional.

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