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Educação centrada na criança: como a BNCC pode ressignificar o trabalho em creches e pré-escolas


Pesquisa da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal revela dificuldades na quebra de paradigmas na implementação da Base Nacional da Educação Infantil e traz três recomendações para os gestores

Por Todos Pela Educação
Divulgação/Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal  

A Base Nacional Comum Curricular da Educação infantil (BNCC-EI) reforça a ideia de que a criança deve estar no centro do processo de aprendizagem e orienta os educadores a olhar para os bebês de modo a reconhecer e valorizar o seu potencial. Essa mudança de paradigma ajuda na conscientização de que as creches são mais do que um lugar para os pais deixarem os filhos enquanto trabalham. A BNCC-EI enxerga as creches e pré-escolas como lugares capazes de potencializar o desenvolvimento das crianças, afinal, lá elas aprendem a perceber o próprio corpo, a se comunicar, a se relacionar com outras crianças e a conquistar a autonomia.

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Com o objetivo de entender como a BNCC-EI está sendo incorporada na prática, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (MCSV) acompanhou a implementação do documento em cinco estados brasileiros ao longo de 2018. A pesquisa mostrou avanços, mas observou também que em alguns casos não é tão fácil quebrar os paradigmas e colocar as recomendações em prática. Foram analisados os referenciais curriculares do Pará, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Santa Catarina.

 "A criança deve estar no centro do processo de aprendizagem" - Karina Fasson

Segundo o estudo, os estados tiveram dificuldade para trabalhar exatamente um dos conceitos centrais da BNCC-EI, o que trata dos campos de experiências e propõe uma nova organização do trabalho pedagógico considerando a centralidade da criança (e não do professor) e suas vivências por meio das interações e brincadeiras.

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A questão dos bebês também não foi tão explorada nos currículos, o que sinaliza a necessidade de se investir mais na divulgação de boas práticas para a faixa etária, mostrando que o trabalho nas creches não deve ser restringido aos cuidados básicos relacionados à alimentação, higiene e sono. A avaliação também se mostra um desafio: apesar de os currículos tratarem sobre o assunto, não trazem elementos que apontem maneiras de concretizá-la.

Entre os aspectos positivos apontados pelo estudo, está a percepção de que os currículos contemplam os direitos de aprendizagem e desenvolvimento previstos na BNCC-EI, destacados como conceitos básicos para orientar a elaboração dos projetos pedagógicos das escolas. A importância de se trabalhar em conjunto com as famílias para potencializar a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças também ganhou destaque nos documentos.

As transições (casa-creche; creche-pré-escola; pré-escola-ensino fundamental) são também consideradas pelos currículos, que chamam atenção para a importância do trabalho para que esses momentos sejam mais fluidos.

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Novos desafios

De acordo com o cronograma de implementação da BNCC-EI, este ano os municípios devem realizar a formação continuada em suas redes. Para ajudar nessa etapa, o estudo traz algumas recomendações para os gestores. É importante considerar que a BNCC-EI trará uma mudança grande para redes que não estão acostumadas a trabalhar com currículo para essa etapa e/ou que ainda tem a cultura de que o professor da Educação Infantil não precisa de muitas habilidades. Pensando nisso, o estudo recomenda que os gestores considerem para as formações:

  1. O trabalho com o conceito de campos de experiências e sua relação com as concepções de direitos de aprendizagem e com os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento propostos na BNCC-EI;
  2.  A diversidade de contextos em que as crianças vivem no Brasil e as especificidades das populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Além da inclusão das crianças com deficiência na educação infantil;
  3. A problematização e a recusa a posturas pedagógicas rígidas, que coloquem as metas acima do significado das experiências para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças.

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 O trabalho com os novos conceitos trazidos pela BNCC-EI, apesar de não ser tarefa simples, será fundamental para podermos dar um salto de qualidade na etapa, (re)orientando as práticas pedagógicas para uma visão da Educação centrada na criança, garantindo seus direitos e proporcionando oportunidades de aprendizagem por meio das interações e brincadeiras. Vamos juntos!

 *Karina Fasson é especialista em educação infantil da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal

 

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Divulgação/Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal  

A Base Nacional Comum Curricular da Educação infantil (BNCC-EI) reforça a ideia de que a criança deve estar no centro do processo de aprendizagem e orienta os educadores a olhar para os bebês de modo a reconhecer e valorizar o seu potencial. Essa mudança de paradigma ajuda na conscientização de que as creches são mais do que um lugar para os pais deixarem os filhos enquanto trabalham. A BNCC-EI enxerga as creches e pré-escolas como lugares capazes de potencializar o desenvolvimento das crianças, afinal, lá elas aprendem a perceber o próprio corpo, a se comunicar, a se relacionar com outras crianças e a conquistar a autonomia.

Com o objetivo de entender como a BNCC-EI está sendo incorporada na prática, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (MCSV) acompanhou a implementação do documento em cinco estados brasileiros ao longo de 2018. A pesquisa mostrou avanços, mas observou também que em alguns casos não é tão fácil quebrar os paradigmas e colocar as recomendações em prática. Foram analisados os referenciais curriculares do Pará, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Santa Catarina.

 "A criança deve estar no centro do processo de aprendizagem" - Karina Fasson

Segundo o estudo, os estados tiveram dificuldade para trabalhar exatamente um dos conceitos centrais da BNCC-EI, o que trata dos campos de experiências e propõe uma nova organização do trabalho pedagógico considerando a centralidade da criança (e não do professor) e suas vivências por meio das interações e brincadeiras.

A questão dos bebês também não foi tão explorada nos currículos, o que sinaliza a necessidade de se investir mais na divulgação de boas práticas para a faixa etária, mostrando que o trabalho nas creches não deve ser restringido aos cuidados básicos relacionados à alimentação, higiene e sono. A avaliação também se mostra um desafio: apesar de os currículos tratarem sobre o assunto, não trazem elementos que apontem maneiras de concretizá-la.

Entre os aspectos positivos apontados pelo estudo, está a percepção de que os currículos contemplam os direitos de aprendizagem e desenvolvimento previstos na BNCC-EI, destacados como conceitos básicos para orientar a elaboração dos projetos pedagógicos das escolas. A importância de se trabalhar em conjunto com as famílias para potencializar a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças também ganhou destaque nos documentos.

As transições (casa-creche; creche-pré-escola; pré-escola-ensino fundamental) são também consideradas pelos currículos, que chamam atenção para a importância do trabalho para que esses momentos sejam mais fluidos.

Novos desafios

De acordo com o cronograma de implementação da BNCC-EI, este ano os municípios devem realizar a formação continuada em suas redes. Para ajudar nessa etapa, o estudo traz algumas recomendações para os gestores. É importante considerar que a BNCC-EI trará uma mudança grande para redes que não estão acostumadas a trabalhar com currículo para essa etapa e/ou que ainda tem a cultura de que o professor da Educação Infantil não precisa de muitas habilidades. Pensando nisso, o estudo recomenda que os gestores considerem para as formações:

  1. O trabalho com o conceito de campos de experiências e sua relação com as concepções de direitos de aprendizagem e com os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento propostos na BNCC-EI;
  2.  A diversidade de contextos em que as crianças vivem no Brasil e as especificidades das populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Além da inclusão das crianças com deficiência na educação infantil;
  3. A problematização e a recusa a posturas pedagógicas rígidas, que coloquem as metas acima do significado das experiências para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças.

 O trabalho com os novos conceitos trazidos pela BNCC-EI, apesar de não ser tarefa simples, será fundamental para podermos dar um salto de qualidade na etapa, (re)orientando as práticas pedagógicas para uma visão da Educação centrada na criança, garantindo seus direitos e proporcionando oportunidades de aprendizagem por meio das interações e brincadeiras. Vamos juntos!

 *Karina Fasson é especialista em educação infantil da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal

 

 

Divulgação/Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal  

A Base Nacional Comum Curricular da Educação infantil (BNCC-EI) reforça a ideia de que a criança deve estar no centro do processo de aprendizagem e orienta os educadores a olhar para os bebês de modo a reconhecer e valorizar o seu potencial. Essa mudança de paradigma ajuda na conscientização de que as creches são mais do que um lugar para os pais deixarem os filhos enquanto trabalham. A BNCC-EI enxerga as creches e pré-escolas como lugares capazes de potencializar o desenvolvimento das crianças, afinal, lá elas aprendem a perceber o próprio corpo, a se comunicar, a se relacionar com outras crianças e a conquistar a autonomia.

Com o objetivo de entender como a BNCC-EI está sendo incorporada na prática, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (MCSV) acompanhou a implementação do documento em cinco estados brasileiros ao longo de 2018. A pesquisa mostrou avanços, mas observou também que em alguns casos não é tão fácil quebrar os paradigmas e colocar as recomendações em prática. Foram analisados os referenciais curriculares do Pará, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Santa Catarina.

 "A criança deve estar no centro do processo de aprendizagem" - Karina Fasson

Segundo o estudo, os estados tiveram dificuldade para trabalhar exatamente um dos conceitos centrais da BNCC-EI, o que trata dos campos de experiências e propõe uma nova organização do trabalho pedagógico considerando a centralidade da criança (e não do professor) e suas vivências por meio das interações e brincadeiras.

A questão dos bebês também não foi tão explorada nos currículos, o que sinaliza a necessidade de se investir mais na divulgação de boas práticas para a faixa etária, mostrando que o trabalho nas creches não deve ser restringido aos cuidados básicos relacionados à alimentação, higiene e sono. A avaliação também se mostra um desafio: apesar de os currículos tratarem sobre o assunto, não trazem elementos que apontem maneiras de concretizá-la.

Entre os aspectos positivos apontados pelo estudo, está a percepção de que os currículos contemplam os direitos de aprendizagem e desenvolvimento previstos na BNCC-EI, destacados como conceitos básicos para orientar a elaboração dos projetos pedagógicos das escolas. A importância de se trabalhar em conjunto com as famílias para potencializar a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças também ganhou destaque nos documentos.

As transições (casa-creche; creche-pré-escola; pré-escola-ensino fundamental) são também consideradas pelos currículos, que chamam atenção para a importância do trabalho para que esses momentos sejam mais fluidos.

Novos desafios

De acordo com o cronograma de implementação da BNCC-EI, este ano os municípios devem realizar a formação continuada em suas redes. Para ajudar nessa etapa, o estudo traz algumas recomendações para os gestores. É importante considerar que a BNCC-EI trará uma mudança grande para redes que não estão acostumadas a trabalhar com currículo para essa etapa e/ou que ainda tem a cultura de que o professor da Educação Infantil não precisa de muitas habilidades. Pensando nisso, o estudo recomenda que os gestores considerem para as formações:

  1. O trabalho com o conceito de campos de experiências e sua relação com as concepções de direitos de aprendizagem e com os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento propostos na BNCC-EI;
  2.  A diversidade de contextos em que as crianças vivem no Brasil e as especificidades das populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Além da inclusão das crianças com deficiência na educação infantil;
  3. A problematização e a recusa a posturas pedagógicas rígidas, que coloquem as metas acima do significado das experiências para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças.

 O trabalho com os novos conceitos trazidos pela BNCC-EI, apesar de não ser tarefa simples, será fundamental para podermos dar um salto de qualidade na etapa, (re)orientando as práticas pedagógicas para uma visão da Educação centrada na criança, garantindo seus direitos e proporcionando oportunidades de aprendizagem por meio das interações e brincadeiras. Vamos juntos!

 *Karina Fasson é especialista em educação infantil da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal

 

 

Divulgação/Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal  

A Base Nacional Comum Curricular da Educação infantil (BNCC-EI) reforça a ideia de que a criança deve estar no centro do processo de aprendizagem e orienta os educadores a olhar para os bebês de modo a reconhecer e valorizar o seu potencial. Essa mudança de paradigma ajuda na conscientização de que as creches são mais do que um lugar para os pais deixarem os filhos enquanto trabalham. A BNCC-EI enxerga as creches e pré-escolas como lugares capazes de potencializar o desenvolvimento das crianças, afinal, lá elas aprendem a perceber o próprio corpo, a se comunicar, a se relacionar com outras crianças e a conquistar a autonomia.

Com o objetivo de entender como a BNCC-EI está sendo incorporada na prática, a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (MCSV) acompanhou a implementação do documento em cinco estados brasileiros ao longo de 2018. A pesquisa mostrou avanços, mas observou também que em alguns casos não é tão fácil quebrar os paradigmas e colocar as recomendações em prática. Foram analisados os referenciais curriculares do Pará, Pernambuco, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Santa Catarina.

 "A criança deve estar no centro do processo de aprendizagem" - Karina Fasson

Segundo o estudo, os estados tiveram dificuldade para trabalhar exatamente um dos conceitos centrais da BNCC-EI, o que trata dos campos de experiências e propõe uma nova organização do trabalho pedagógico considerando a centralidade da criança (e não do professor) e suas vivências por meio das interações e brincadeiras.

A questão dos bebês também não foi tão explorada nos currículos, o que sinaliza a necessidade de se investir mais na divulgação de boas práticas para a faixa etária, mostrando que o trabalho nas creches não deve ser restringido aos cuidados básicos relacionados à alimentação, higiene e sono. A avaliação também se mostra um desafio: apesar de os currículos tratarem sobre o assunto, não trazem elementos que apontem maneiras de concretizá-la.

Entre os aspectos positivos apontados pelo estudo, está a percepção de que os currículos contemplam os direitos de aprendizagem e desenvolvimento previstos na BNCC-EI, destacados como conceitos básicos para orientar a elaboração dos projetos pedagógicos das escolas. A importância de se trabalhar em conjunto com as famílias para potencializar a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças também ganhou destaque nos documentos.

As transições (casa-creche; creche-pré-escola; pré-escola-ensino fundamental) são também consideradas pelos currículos, que chamam atenção para a importância do trabalho para que esses momentos sejam mais fluidos.

Novos desafios

De acordo com o cronograma de implementação da BNCC-EI, este ano os municípios devem realizar a formação continuada em suas redes. Para ajudar nessa etapa, o estudo traz algumas recomendações para os gestores. É importante considerar que a BNCC-EI trará uma mudança grande para redes que não estão acostumadas a trabalhar com currículo para essa etapa e/ou que ainda tem a cultura de que o professor da Educação Infantil não precisa de muitas habilidades. Pensando nisso, o estudo recomenda que os gestores considerem para as formações:

  1. O trabalho com o conceito de campos de experiências e sua relação com as concepções de direitos de aprendizagem e com os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento propostos na BNCC-EI;
  2.  A diversidade de contextos em que as crianças vivem no Brasil e as especificidades das populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Além da inclusão das crianças com deficiência na educação infantil;
  3. A problematização e a recusa a posturas pedagógicas rígidas, que coloquem as metas acima do significado das experiências para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças.

 O trabalho com os novos conceitos trazidos pela BNCC-EI, apesar de não ser tarefa simples, será fundamental para podermos dar um salto de qualidade na etapa, (re)orientando as práticas pedagógicas para uma visão da Educação centrada na criança, garantindo seus direitos e proporcionando oportunidades de aprendizagem por meio das interações e brincadeiras. Vamos juntos!

 *Karina Fasson é especialista em educação infantil da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal

 

 

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