Foto do(a) blog

Blog dos Colégios

Transformando uma sala de aula em um Maker Space

Já parou para pensar que os alunos que hoje estão na escola irão ingressar em cursos universitários que ainda nem existem? Esse pensamento exige certa abstração. E uma reflexão ainda maior: de que maneira estamos preparando esses meninos e meninas? Hoje, a tendência é que as escolas busquem propostas de atividades que tornem os alunos mais autônomos, criativos e preparados para o "futuro".

PUBLICIDADE

Por Colégio Sidarta
Atualização:

Diante desse cenário, pesquisadores como Vygotsky, Piaget e Paulo Freire defendiam a fundamental importância do aluno protagonista na produção de seu próprio conhecimento, experimentando com a "mão na massa" e de forma colaborativa com seus pares e professores mediadores. Mas quanto será que desse discurso pedagógico tão propagado, difundido e já quase banalizado é realmente colocado em prática?

PUBLICIDADE

Makers, os fazedores de coisas

De acordo com Dale Dougherty, criador do termo "maker" e fundador desse movimento mundial iniciado nos Estados Unidos em 2005, "sempre existiram pessoas que criam coisas por diferentes razões" - os makers. Para ele, é difícil quantificar essa parcela da população, pois cada um enxerga e valoriza essa atividade de forma distinta. Sendo assim, um mecânico é maker, um pedreiro é maker, um chef de cozinha é maker, um agricultor é maker... Mas parece que, nos últimos anos, uma parte da sociedade se afastou dessas questões - por diferentes motivos. Somos de uma atual cultura pautada pelo consumo, imediatismo, fast food, que pouco reflete sobre a origem das coisas, como elas funcionam e para que elas servem.

Makerspace, um espaço para realizar

Acreditamos que é papel da escola manter viva nos alunos a prática, a descoberta, a inquietação, a curiosidade e o encantamento pelo processo de produção. Inseridos nesse contexto e inspirados pelo nosso princípio de que teorias não substituem experiências de vida, concebemos o Galpão no Instituto Sidarta.

Publicidade

 

[gallery ids="159,167,161,163,165,166,160,164,162"]

Ele é um makerspace em construção, um local que promove exploração, liberdade de criação, provocação, possibilidade, curiosidade genuína, a criação e o desenvolvimento de projetos autorais dos alunos e que podem eventualmente se desdobrar em pesquisas mais aprofundadas e direcionadas, com o auxílio de professores orientadores, por meio da metodologia científica.

Como isso acontece na prática?

Além de aulas de Iniciação Científica, que fazem parte da grade curricular do Colégio Sidarta, a Escola de Aplicação do Instituto Sidarta, e são realizadas no Galpão, os alunos do Ensino Fundamental, são estimulados por meio de desafios experimentais - oficinas semanais com atividades direcionadas para atingir objetivos e solucionar problemas simples.

Estas atividades promovem um ambiente atraente e servem como oportunidade para a aplicação de conceitos básicos de construção, medição, lógica, gerenciamento de projeto e desenho. A expectativa é, aos poucos, migrar as atividades propostas por professores para sugestões vindas dos próprios alunos e, assim, ampliar o repertório de ações realizadas. Os trabalhos são feitos com alunos do Sidarta, de idades entre 8 e 16 anos e, em um futuro próximo, também irão receber meninos e meninas das comunidades do entorno da instituição.

Publicidade

Nesse galpão, o trabalho entre educadores, pais, estudantes e comunidade está integrado, e busca promover o conhecimento em favor do desenvolvimento de nossa sociedade, ajudando a formar jovens criativos, críticos e capazes de, não só detectar demandas sociais como também de apresentar hipóteses que possam ser testadas e aplicadas na resolução de situações problema.

 

Por Michael Filardi

Coordenador do Núcleo de Ciências da Natureza

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.