Em fevereiro de 2016, entrou em vigor a lei que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática - Bullying, sancionada pela presidente Dilma Rousseff.
A novidade não está no assunto e sim no reconhecimento legal desse que é um fenômeno mundial.
A primeira ação que se faz necessária é diferenciarmos o *bullying dos conflitos cotidianos e inerentes a quaisquer relações. É muito comum ouvirmos pais e alunos relatando situações de bullying quando, na verdade, os adolescentes tiveram uma discussão pontual por divergências de ideias e opiniões. Atuações pontuais, nesses casos, são suficientes para que o conflito se resolva.
Já o bullying exige uma análise séria das relações interpessoais e dos valores morais. Envolve atuações constantes e esforços múltiplos. Necessita da participação e da reflexão que envolvam alunos, famílias, equipe pedagógica e funcionários da escola. Requer a criação de projetos sólidos e permanentes no cotidiano escolar.
O caminho para a prevenção se dá pelo investimento em um ambiente de convivência saudável que prevê desencontros de ideias, de opiniões, diferenças, mas que, acima de tudo, está baseado no respeito e no diálogo dessas discordâncias.
É fundamental que utilizemos estratégias variadas para lidar com o tema. Em sala, a Orientadora Educacional pode trabalhar conjuntamente com professores e conselheiros com o objetivo de pensarem em dinâmicas de grupo, representantes de classe, separação de alunos para os grupos de trabalhos, vídeos e textos que abordem questões de valores morais como respeito, tolerância, escuta, comunicação, cooperação. Nos horários livres, é importante promover atividades de integração como recreios interativos, piqueniques, jogos coletivos, gincanas.
No Colégio I.L. Peretz, para nos ajudar neste que é um grande desafio, contamos também com a colaboração de profissionais especializados que falam sobre o assunto (ciclo de palestras), o trabalho voluntário que enriquece e amplia a visão de mundo dos adolescentes e Programas de Prevenção que englobam reflexões e atuações em temas como álcool e drogas, alimentação, convivência.
Prevenir o bullying requer a parceria entre família-escola, discussão e planejamento para ações eficazes e duradouras.
Nota de rodapé
*"definido como "todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas".
* Vanessa Marques é psicóloga e orientadora educacional do Fundamental II