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Blog dos Colégios

Opinião|Para desenvolver a autonomia das crianças, família e escola têm que caminhar juntas

Atualização:

Adriana Barbeiro*

Das muitas reflexões suscitadas nos últimos tempos, impulsionadas especialmente  pandemia de COVID-19, uma delas tornou-se latente para pais, mães e professores: quais as possíveis heranças que o tempo de estudo e vida remota pode ter gerado física, emocional e cognitivamente nas crianças e adolescentes? Essas lacunas, juntamente com o apoio familiar na realização de algumas atividades básicas da rotina das crianças, podem ter impactado o que chamamos de "funções executivas" dos indivíduos em idade escolar e, de certa forma, afetar, também, a ideia da autonomia.

 

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Chamamos de "funções executivas" as habilidades que nos permitem, de forma progressiva, responder aos estímulos da vida de forma organizada, potente e autônoma. Tais habilidades são aprendidas e desenvolvidas principalmente do 1º ao 19º ano de vida e compreendem a autorregulação de emoções e ações, a capacidade de avaliar situações, resolver problemas, raciocinar de forma lógica, planejar objetivos, traçar e alcançar metas, pensar de forma flexível e focar e manter a atenção.

Falar sobre o desenvolvimento da autonomia significa, portanto, falar sobre várias habilidades cognitivas que compõem um conjunto de processos mentais e são desenvolvidas com apoio de diversas influências externas como ambiente, sociedade, escolas e família. Em vista disso, faz sentido refletir sobre os desafios que o período de "vida remota" pode ter gerado do ponto de vista do desenvolvimento cognitivo das crianças e adolescentes.

A escola, principalmente em sua configuração presencial, contém, como uma de suas mais tradicionais e belas funções, a intenção de auxiliar o aluno no desenvolvimento de aprendizagens que vão muito além das relacionadas às disciplinas de português, matemática e outras ciências. É nesse ponto que compreendemos a função de cenários que envolvam maior organização e responsabilidade dos alunos. No Colégio Pentágono, o incentivo é para que as crianças e jovens sejam capazes de preparar suas próprias agendas com os horários das aulas, registrem os conteúdos das aulas de forma autônoma e também saibam respeitar as regras de convivência da escola. 

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No período da tarde, é indicado que as famílias estimulem os estudantes para que revisem os conteúdos das aulas, façam as lições de casa, os trabalhos em grupo, e se preparem para as provas ou apresentações de seminário. Além disso, também é importante que saibam resolver os conflitos entre amigos e, para isso, podem contar com o suporte de conversas formadoras com a orientação educacional e com a coordenação do colégio.

Muitos aspectos compõem o conjunto de práticas que auxiliam no desenvolvimento de todas as funções executivas e habilidades mencionadas. Boa parte das regras, dos combinados, dos limites e das hierarquias existentes no espaço escolar, são necessárias para o desenvolvimento das funções executivas e, dentre elas, a autonomia.

Nesse sentido, a parceria entre família e escola é fundamental para potencializar (ou atrasar) processos. É essencial, por exemplo, que as famílias procurem dar continuidade a alguns aspectos trabalhados no ambiente escolar, construindo rotinas e estruturando as responsabilidades de cada um dentro do ambiente familiar. Pais, mães, avós e outros adultos cuidadores: façam combinados, forneçam instruções claras e simples sobre o que cada um deve realizar e, caso os acordos não sejam cumpridos (e isso serve, também, para os adultos, lembrem-se que o exemplo influencia) falem sobre as consequências de suas ações.

Que sejamos pacientes. Que sejamos parceiros mas nunca coniventes com a falha. Que o nosso amor seja acolhedor mas, também, exigente. Estão aí algumas das chaves para a construção de gerações fortes, conscientes e verdadeiramente empoderadas e autônomas.

*Adriana Barbeiro é Orientadora Educacional dos Anos Finais e Ensino Médio e  professora de Projeto de Vida e da eletiva Projete-se na Unidade de Morumbi do Colégio Pentágono 

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