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Opinião|Música na Educação Infantil -- Um mundo de sensações sonoras

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Atualização:
 Foto: Estadão

A criança tem, desde cedo, uma curiosidade muito natural por tudo o que faz ruído. Numa ação simples arrastando um banco enquanto caminha pela casa, por exemplo, ela está brincando, encantada, com o som que descobre.

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Antes de ser exclusivamente mental, a recepção da música é, em primeiro lugar, corporal. Segundo o educador suíço Johann Heinrich Pestalozzi, a educação musical deve partir dos sentidos, levando os alunos a observar auditivamente, relacionando os sons a partir de suas semelhanças e diferenças, seu efeito agradável e desagradável, tornando o aprendizado ativo e não passivo.

Na Educação Infantil do Colégio Pentágono começamos a trilhar o caminho da música de modo aberto e criativo, partindo de uma pedagogia de despertar através da investigação, exploração, percepção e criação, tornando o solo fecundo e criando um sólido apetite musical para que se possa, posteriormente, partir para a aquisição das noções musicais mais técnicas.

Nesta linha, propomos um trabalho de investigação sonora com materiais não convencionais como papéis, plásticos e objetos de metal, onde se busca sentir e apreciar o movimento do som e dos ruídos. É a curiosidade auditiva que guia a exploração e o som permanece como exterior, como um objeto que se examina. Estes materiais são explorados em todas as suas possibilidades: amassados, raspados, sacudidos, rasgados, batidos, esfregados, e outras ações descobertas pelos alunos, dando-se expressiva atenção aos sons produzidos nas diferentes formas de manuseio. Nestas atividades em que a sensibilidade está sendo aguçada, é possível perceber a satisfação do controle gestual e a relação de prazer ao interagir com os objetos sonoros.

O compositor e pesquisador francês François Delalande, defende que devemos instigar a criança para uma busca musical propondo materiais nos quais sua imaginação possa se desenvolver. Diante dos corpos sonoros que exploram, as crianças se encontram em uma situação nova e aos sons de origem executam ações de transformação. A alegria ao se descobrir um som diferente ou criar um ritmo novo é compartilhada com orgulho entre os colegas da turma. É através da exploração de fontes sonoras que se imita o real e se organiza sons. Nasce aí a criação musical.

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Os alunos da educação infantil são músicos "concretos". Descobrem utensílios, corpos sonoros quaisquer e têm ante estes instrumentos uma atitude muito próxima de um músico, que, dentro de um estúdio, prepara-se para uma gravação. Exploram o material, veem o que se pode tirar dele, tratam de gerar toda uma família de sons que se pareçam. Há de se pensar que estas crianças não fazem mais do que ruído, mas eles fazem música, porque a música não é só um jogo de alturas e durações, a música é muito maior que isso.

Por Cláudia Siufi, professora de música da Educação Infantil do Colégio Pentágono

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