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EAPIP: diagnóstico de aprendizagem e estudo personalizado

Por Colégio Oswald de Andrade
Atualização:

Desde o início deste ano, os alunos do 1º ao 3º ano do Ensino Médio têm uma nova oportunidade para ampliar os caminhos e possibilidades em seus processos de aprendizagem. O projeto EAPIP (Ensino Aprendizagem Personalizado e Inteligente) permite que estudantes, coordenações e famílias tenham acesso a um diagnóstico qualificado com informações sobre as dificuldades e as potencialidades do aluno em cada matéria, após a realização de simulados nos moldes do Enem. A partir desse diagnóstico, cada aluno recebe orientações personalizadas para aprofundar seus estudos. Na entrevista abaixo, Harlei Florentino, diretor-geral do Oswald, contextualiza e detalha esse projeto.

Diretor apresenta o projeto EAPIP para os pais de alunos do Oswald 

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Em que contexto surge o EAPIP para os alunos do Ensino Médio do Oswald?

Essa ideia vem sendo concebida já há algum tempo, tanto no que se refere à maneira como entendemos as possibilidades da tecnologia, como por se tratar de um meio para avançarmos em alguns pontos importantes para nós. Esse projeto vem com o intuito de trazer respostas a algo muito caro há anos na escola que parte de algumas perguntas: como nós aumentamos as possibilidades de lida com o saber para os alunos? Como aumentamos a nossa capacidade de análise de como o processo e o aprendizado dos alunos vêm acontecendo? Como podemos ter uma maior agilidade nas orientações tanto para superação de problemas quanto para fazer alunos que já estão com uma determinada facilidade avançarem, fugindo de um tratamento de massa? Na verdade, o que está em jogo é o desafio de ampliar a lida com a diversidade, o olhar para cada aluno, partindo do princípio de que as pessoas não aprendem necessariamente pelos mesmos caminhos.

Por que o Oswald busca responder essas perguntas com projetos como o EAPIP?

A ampliação das formas de lida com o saber é algo que valorizamos e em que estamos investindo na escola. A implementação desse projeto também relativiza a centralidade do professor de sala no processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Sabemos que cada humano tem a suas idiossincrasias e, portanto, formas diferentes de aprender. Precisamos contemplar isso em nossa estrutura, oferecendo condições concretas de diversificação dos caminhos de aprendizado, e melhorar o quanto conhecemos cada um dos alunos, podendo assim, orientá-los de forma mais precisa e personalizada. Tudo isso significa melhorar a gestão pedagógica, melhorar o aprendizado dos alunos e qualificar o que realmente fazemos quando dizemos que temos um olhar para cada aluno.

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Quais entraves o professor encontra para fazer esse diagnóstico mais personalizado em sala de aula?

É difícil para um professor que tem muitos alunos em sala poder customizar as orientações de estudo e os ajustes que sempre são necessários em um processo mais complexo, que tem a ver tanto com olhar para o seu próprio curso quanto para as formas como os alunos vêm respondendo a esse curso. Por conta dessas limitações práticas, existe uma tendência a uma certa homogeneização.

Pode citar alguns exemplos?

O exemplo claro disso é a recuperação. Na recuperação há uma orientação geral, mas é óbvio que as dificuldades e os problemas que levaram cada aluno a ficar de recuperação são diferentes. Agora, exigir que cada professor prepare um plano específico para cada aluno é muito difícil. Não que esse novo sistema online vai resolver isso plenamente, mas ele permite que se diagnostiquem entraves ao aprendizado e ao seu avanço de forma mais ágil e objetiva. Determinados pré requisitos necessários para um aprendizado mais complexo podem não ter sido suficientemente "internalizados" pelo aluno, impedindo que ele avance. Às vezes um aluno não acerta uma questão não porque ele não conseguiu chegar num ponto mais refinado trabalhado pelo professor, mas porque tem algum conceito mais básico anterior que ele não aprendeu bem, e que pode não ser percebido nas avaliações regulares. A plataforma traz a vantagem de levantar essas informações de forma customizada, e ainda atrelar orientações e recursos de aprendizagem, possibilitando e incentivando o aluno a estudar de maneira mais autônoma.

Alunos do Ensino Médio fazem prova diagnóstica nos moldes do Enem 

Quais são os recursos da plataforma?

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Apontamento de pontos fortes e fracos de cada aluno; prioridade de cada assunto no Enem, ou seja , o quanto um tema tem sido cobrado nas provas com bases nos dados históricos; vídeo-aula com a resolução de cada uma das questões do simulado; vídeo-aula para cada um dos assuntos abordados no simulado; aulas virtuais interativas com grupos com dificuldades semelhantes; plantão de dúvidas virtuais interativas; recomendações do uso desses recursos para cada aluno em função do diagnóstico levantado.

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Como é feito o diagnóstico do desempenho do aluno nesse sistema?

São elaboradas avaliações diagnósticas, em forma de simulados nos moldes do Enem, com os conteúdos estruturantes das disciplinas. Os dados obtidos a partir da aplicação desses simulados são mobilizados de forma rápida e sistêmica e analisados de forma científica. As avaliações são indexadas a uma matriz com os objetivos de cada questão e os resultados são customizados, ou seja, para cada aluno sabemos os pontos fortes e fracos e são sugeridos caminhos de estudo. Os professores e a coordenação têm, assim, um panorama de quais assuntos os alunos estão aprendendo mais, ou menos, possibilitando intervenções mais precisas. Com isso também é possível dar um

feedback

para as famílias com muito mais precisão sobre o aprendizado dos filhos em conteúdos específicos, qualificando o trabalho da coordenação.

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Por que usar o modelo do Enem para fazer esse diagnóstico?

A matriz curricular do Enem foi escolhida porque é uma referência nacional, produz avaliações de qualidade com a Teoria de Resposta ao Item (TRI) e envolve tanto conteúdos conceituais quanto habilidades e competências. É o instrumento mais confiável e qualificado que a gente tem para ter um ponto de partida mais padronizado, além de possibilitar um diálogo com os exames externos, que são importantes para a escola. Assim o sistema dá indicadores de como esse seu aluno está, quais as condições de ele entrar na faculdade que está pensando em entrar. Por exemplo: pensando na construção de um projeto de vida e nos caminhos para realizá-lo, quais são as exigências para o aluno se ele quiser cursar Medicina ou História? Esse diálogo com o mundo externo e com esses exames é algo bastante importante para a gente e com certeza para os alunos. A plataforma oferece informações que são importantes para o aluno individualmente, a partir das suas escolhas, mas que também são fundamentais para a coordenação fazer um trabalho mais qualificado e personalizado de orientação profissional.

EAPIP agrega diagnóstico e orientação de estudo ao aluno 

Quais pontos da plataforma você destacaria como interessantes para o aluno?

O EAPIP agrega diagnóstico e orientação. Com isso o aluno faz, por exemplo, um simulado em que há uma prova de Matemática. Esse aluno "ouvirá" da plataforma: "você foi bem nesse assunto, não foi bem nesse, recomendamos que você assistia a esses vídeos sobre esse tema, que você participe de uma aula virtual em tal data, que leia os textos x, y e z". Isso significa que o próprio diagnóstico já vem atrelado a caminhos e possibilidades de o aluno estudar aquilo. Há vídeos sobre cada um das questões desses simulados, então o aluno pode fazer a prova, pegar a questão que ele errou e assistir à resolução dela em vídeo. Ou seja, com essa plataforma o aluno pode buscar outros caminhos, o que vai fazendo com que ele pense o que funciona mais e o que funciona menos para ele naquele momento. Entendemos que assim o EAPIP amplia as possibilidades de aprendizado e autonomia dos alunos tanto para superar dificuldades como para se aprofundar no que ele já vai bem caso tenha interesse.

Qual o lugar do professor nesse processo?

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A nossa ideia é que o sistema do EAPIP faça parte da cultura escolar e não seja só um apêndice, por isso o envolvimento dos professores nesse processo é fundamental. O trabalho com eles começou antes da aplicação dos simulados. Todo o corpo docente tem se apropriado do uso da plataforma e compreendido o seu potencial.

O interessante desse processo é que ele abre portas e descentraliza o professor daquela disciplina. É claro que o professor tem uma importância grande no processo, mas ele não precisa monopolizar necessariamente esses caminhos de busca pelo saber. Em um sistema tradicional, como inclusive é o nosso nesse sentido, o aluno tem aula com tal professor, e se ele não vai bem, tem aula de recuperação com esse mesmo professor. Tanto a diversidade de orientações para aprender como a agilidade no tempo sofrem limitações.

O professor deve estar implicado tanto para fomentar a participação dos alunos, como para usufruir e mobilizar positivamente as informações levantadas no processo, refletindo sobre a sua própria prática e o currículo. Em suma, devemcompreender e valorizar esse recurso como um aliado importante para que se possa avançar em aspectos essenciais no ensino-aprendizagem. Afinal, o que todos os educadores desejam é que os alunos aprendam mais, de forma consistente e cada vez mais autônoma. Será que alguém discordaria disso?

Em que momento do projeto vocês estão?

O sistema já está rodando. Todos os professores e alunos já se familiarizaram com a plataforma e os simulados já foram aplicados. Os professores analisaram os resultados, assim como as coordenações, e também se reuniram por área para discutir e decidir quais ações podem ser desejáveis, tanto no currículo quanto na didática. Também irão discutir os resultados em aula com os alunos. A implementação de algo complexo exige, naturalmente, ajustes e fomento constante da participação. Felizmente, todos os atores envolvidos estão animados e confiantes no incremento positivo que esse novo recurso traz. Agora é mão na massa!

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