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Opinião|Paraty, um estudo do meio com seus encantos e aprendizados..

Além de propiciar o desenvolvimento da autonomia, da autodisciplina e do automonitoramento, ainda pudemos vivenciar momentos importantes para o crescimento pedagógico e pessoal do grupo

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Atualização:

O estudo do meio é fundamental para ampliar as informações e favorecer a construção do conhecimento. Saindo da sala de aula, o contato com dimensões da realidade propicia a busca de significado na aquisição de novos conceitos, uma percepção mais aprofundada e crítica do mundo e da própria realidade.

Nos dias 10, 11 e 12 de agosto, os estudantes do 6º e 7º anos do Colégio Ofélia Fonseca tiveram a oportunidade de participar do estudo do meio em Paraty onde, além de aprofundar e ter a experiência prática dos conhecimentos aprendidos em sala de aula, puderam entrar em contato com diferentes leituras do mundo, conhecer outros modos de vida e rever atitudes e valores individuais e do grupo.

 Foto: Estadão

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Além de propiciar o desenvolvimento de autonomia, da autodisciplina e do automonitoramento, ainda pudemos vivenciar momentos importantes para o crescimento pedagógico e pessoal do grupo.  Esses dias viajando juntos nos fizeram exercitar a aceitação do outro, a divisão de trabalho e de responsabilidades; e o aprimoramento da comunicação nas relações interpessoais.

Nossa aventura, remando, divertidamente, em canoas, apresentou-nos o Saco de Mamanguá, uma região de preservação da Mata Atlântica eseus diversos ecossistemas associados. Pudemos adentrar em um manguezal bem preservado, percorrer trilhas na restinga e na mata de encosta observando aspectos como o solo, flora, fauna, adaptações dos animais e vegetais ao seu ambiente. Conhecemos também a comunidade local e aprendemos   sobre as relações entre os componentes de um ecossistema e a utilização sustentável de seus recursos.

 Foto: Estadão

Nessa ocasião tivemos a oportunidade de vivenciar de forma prática um aspecto da cultura tradicional da região. Um morador nos contou a história e demonstrou as etapas de produção de uma pequena canoa feita de caxeta e esculpida no facão. Na conversa leve depois do almoço, com direito a farofa de banana e marisco, pratos típicos, aprendemos sobre o manejo sustentável dessa madeira, retirada de dentro de regiões protegidas por lei. Ouvimos também sobre o ajudatório, a forma de organização coletiva da comunidade para a produção das canoas em tamanho real, que serviam para o transporte até Paraty. Então foi a nossa vez de colocar a mão na massa e colorimos, cada uma a sua a maneira, a sua própria canoa caiçara de brinquedo, forma de artesanato produzida a mais de oitenta anos.

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 Foto: Estadão

De volta ao centro histórico entrevistamos alguns artistas e artesãos e pudemos observar as imagens religiosas dentro da Igreja da matriz o que nos levou a refletir sobre as relações entre cultura popular e cultura erudita, em especial sobre quais os interesses e instituições que referenciam alguns produtos como Arte, enquanto outros são relegados à categoria de artesanato.

A região apresenta também elementos importantes da história e memória da sociedade brasileira. Construções do período colonial testemunham e atestam uma ocupação do litoral interessada na defesa das rotas comerciais e produtos levados pelo mar. Essa conexão antiga com o oceano que se observa em Paraty evidencia, não apenas as estratégias de defesa do território, mas indicam os caminhos e hábitos que formaram o modo de vida local.

A cidade de Paraty foi investigada pelos alunos como parte do patrimônio nacional e debatida como um exemplo de uma ocupação humana que se transforma no tempo. Afinal, como se define algo digno de ser preservado? Como conservar algo que representa um momento importante da memória brasileira? Essas são apenas algumas das perguntas que permanecem abertas e foram vivenciadas nesse estudo de meio, pelo simples fato desses adolescentes poderem andar pelas ruas pedregosas da cidade.

(...)

Enfim, uma oportunidade incrível de diversão e estudo!

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 Thaissa Lukjanenko - prof. Ciências do Fundamental IIMatheus Manzione Giavarotti - prof. de Artes do Fundamental II e MédioEder dos Santos Camargo - prof. de História do Fundamental II

Opinião por Ofélia Fonseca
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