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Opinião|Palestra sobre orientação de estudos para pais do 5° ano

No dia 28 de maio, o Colégio Marista Arquidiocesano promoveu um encontro para famílias dos alunos dos 5° anos com o Professor Doutor Fábio Mendes sobre Orientação de Estudos.

Atualização:

O principal tópico mencionado pelo profissional esteve relacionado aos desafios enfrentados para o estudo em casa. Fábio perguntou aos pais quais eram os principais problemas enfrentados por eles quando os filhos têm que estudar. As respostas mostraram dificuldades como: falta de concentração dos meninos, dificuldade em gerenciar uma agenda atribulada, sono (dormem muito tarde), não conseguem se organizar, falta de iniciativa para os estudos.

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Em seguida, o profissional tratou de explicar o contexto atual no qual estamos inseridos. Conectividade foi a palavra de ordem. Incerteza também. "A expectativa de vida no Brasil é de 75 anos. Mas hoje, não podemos prever exatamente qual será a expectativa de vida daqui pra frente. Não sabemos mais o quanto viveremos. Qual é a real projeção? Não sabemos os nossos cenários daqui a 20 anos, o cenário é imprevisível. O mercado de trabalho passa por transformações e temos uma necessidade de (re)formação contínua", afirmou.

De acordo com ele, dentro do contexto mencionado, não há lista de conteúdos suficientes e a capacidade de aprendizado torna-se mais importante do que o armazenamento das informações.

Após a explanação do cenário, Fábio entrou no objetivo da formação propriamente dita: o estudo em casa. "Estudo em casa pressupõe autonomia, crítica do próprio corpo do conhecimento. A casa é um ambiente diverso e o estudo é um hábito na nossa rotina", disse.

O que é aprendizado? O que é estudo? Além das provas, como o estudante identifica os seus déficits? Essas foram as questões postas para a plateia. O Professor Doutor Fábio Mendes esclareceu que o pai é um orientador de ritmo e que é importante ter claro o conceito de autonomia (o poder de dar a si a própria lei, comandar a situação) e ajudar a fomentá-lo nos estudantes. Segundo ele, uma vida sem comando é uma vida animalizada, que só atende às necessidades momentâneas. A autonomia no aprendizado pressupõe uma certa independência em relação ao professor. O mais importante é que o jovem caminhe com as suas próprias pernas no aprendizado.

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Desafios

Diante de um cenário com infinitas possibilidades de escolha, o desafio é fazer com que os meninos deixem de lado todas essas possibilidades, todo esse entretenimento, para estudar. "Não se trata só de obedecer, mas de aprender a escolher", acrescentou.

Segundo o filósofo, há três tipos de educação que seguem limites estreitos demais, moderados ou amplos demais. "Há sérios problemas tanto na educação que pressupõe limites estreitos e amplos demais, pois ambas não ensinam os adolescentes a fazerem escolhas (boas escolhas), não conseguem desenvolver a autonomia. Já no esquema moderado, os limites são colocados, mas há alguma possibilidade de escolha, um treino saudável para o futuro, dando campo para escolha. As escolhas têm que ser feitas. Alguém tem que mostrar limites para que os jovens não 'se queimem'", afirmou.

Sobre o hábito de estudo na prática, o Professor Doutor mencionou que os estudantes fazem muitas coisas ao mesmo tempo, mas quando isso acontece, não fazem nada. "Televisão e celular não dá. Para eles, a segunda página do google não existe. Já foi comprovado por meio de pesquisas que o trabalho cerebral com o livro físico (com material concreto) dá um banho em qualquer outro tipo de suporte. Uma atividade interessante é pedir que façam anotações a mão, produzam anotações sobre o estudo e discutam sobre elas", esclareceu.

Segundo ele, para ajudar os filhos, os pais têm que implementar um programa de conteúdos com horários a serem cumpridos. Os pais têm que revisar e rever sempre que possível esse programa de modo a identificar se a rotina está cansativa, se o horário de dormir está adequado. "Precisamos ter mais certeza do nosso amor. Eles podem amadurecer", finalizou.

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Opinião por Paulo Adolfo
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