Opinião|Múltiplas linguagens no currículo do Ensino Fundamental

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        Foto: Estadão

O Colégio Marista Arquidiocesano compreende um currículo em que contextos, conhecimentos, linguagens, significados, racionalidades e sujeitos sejam problematizados. Nesse sentido, ressaltamos que as diferentes linguagens são instrumentos de integração social e formas de expressão, informação e comunicação.

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O Ensino Fundamental do Colégio Marista Arquidiocesano utiliza em seus projetos pedagógicos diversas linguagens, como explica o Professor Fernando Chui de Menezes, sobre a linguagem artística: "A arte é um campo que reúne diversas linguagens e as introduz às crianças e aos jovens. Podemos citar, por exemplo, o desenho, a pintura, a escultura, a fotografia, o cinema e as histórias em Quadrinhos, entre outros exemplos de linguagens na arte".

Nas aulas de Arte do 9° ano do Ensino Fundamental, Chui dá enfoque ao desenho e à pintura. "Por meio ano, estudamos maneiras de desenhar - vale esclarecer que dentro da linguagem do desenho, vamos ter várias 'línguas', ou seja, diferentes campos e modos do desenho como desenho realista, arquitetônico ou de cartun, por exemplo -, e os alunos vão sendo introduzidos à perspectiva isométrica, à perspectiva clássica, a técnicas de luz e sombra, autocontraste e ao trabalho com proporções e desenho da figura humana".

De acordo com o Professor, o ano começa com atividades nas quais eles conheçam e reconheçam maneiras de desenhar, e a pintura vem posteriormente. "Eles fazem cenas em diferentes planos, cena de uma batalha, por exemplo, cenografia que conta com trabalho de pesquisa, busca de referências; há também o trabalho com cópia, é um estudo bem interessante. Ao final do ano letivo, eles desenvolvem uma HQ e uma tela de pintura em acrílico. Há um enfrentamento técnico e trabalhamos com a referência de momentos ao longo do ano todo históricos da arte que antecedem o modernismo, como renascença, barroco e impressionismo", acrescenta o Professor de Arte.

Quem observa as fotos com os resultados do projeto, pode se perguntar: mas será que o desafio técnico não é muito grande para muitos dos alunos? Segundo o educador, não. Trata-se de uma novidade técnica para a maioria dos estudantes, mas todas as atividades são acessíveis para todos. Outro fato curioso refere-se à interdisciplinaridade: no ano passado as disciplinas de História, Geografia e Ensino Religioso (ER) demandaram recursos artísticos. Na disciplina de ER, os estudantes fizeram uma capa de vinil a partir da temática trabalhada em aula.

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Ainda se utilizando das múltiplas linguagens que a arte permite, a Pastoral do Colégio conta com o plano de ação para a Camar (Caminhada de Aperfeiçoamento Marista) 2015, cujo objetivo é trabalhar a integralidade das relações, observando a diversidade, as diferenças, enaltecendo atitudes positivas para as relações a partir das pequenas virtudes propostas por Champagnat.

E para ampliar a percepção da importância das relações interpessoais nesse processo, os alunos do 6° ano do Fundamental utilizam técnicas teatrais, especificamente o sociodrama - metodologia de investigação e intervenção nas relações interpessoais, nos grupos, entre grupos ou mesmo no relacionamento de uma pessoa consigo mesma, criada por Jacob Levy Moreno (1889-1974).

A linguagem digital

A emergência da cibercultura no mundo contemporâneo oferece enormes desafios ao contexto educacional. Os cenários escolares devem estar atentos a essa questão,  possibilitando que os conteúdos curriculares sejam elementos para problematizar e dialogar com o mundo. Nessa perspectiva, o Colégio Marista Arquidiocesano lançou, em parceria com a Editora FTD, o Projeto Livro Digital 2015 no 7° ano do Ensino Fundamental.

Além dos livros impressos, importante suporte de aprendizagem, os alunos da série mencionada passam a contar com o Livro Digital nos componentes curriculares de Ciências, Geografia, História e Língua Portuguesa utilizando como suporte os tablets. "Trata-se de um jeito diferente de ler, com múltiplas possibilidades de linguagem, tais como vídeos, imagens, arquivos de som e texto e alto teor de interatividade", afirma Lilian Gramorelli, coordenadora psicopedagógica dos 7º e 8º anos do Ensino Fundamental.

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"Trabalhar com ambos os suportes, como no nosso caso, é extremamente positivo. Neste momento, não pretendemos substituir o livro digital pelo impresso, mas trabalhar a coexistência deles. É uma possibilidade de oferecer aos alunos, de um modo profundamente autônomo, o gerenciamento de seus conhecimentos, recursos, experiências e criações, pois o tablet, como sinalizou Antonio Nóvoa[1], sugere formas individualizadas de estudo e relações "horizontais" entre alunos, entre alunos e professores, entre pessoas que estão dentro e fora da escola. As práticas pedagógicas devem levar em conta que as TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação)além de mudar nossas formas de conhecer e de comunicar possibilitam também novas formas de pensar", acrescenta Lilian.

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Em nossa experiência com os livros digitais, percebemos maior interesse e participação dos alunos nas aulas, com foco na ampliação do conhecimento estudado. Temos buscado construir novas aprendizagens com os alunos, em que eles tenham garantida sua autoria, sendo os tablets nossos aliados no processo ensino e aprendizagem. Muitas vezes o aluno busca diferentes suportes textuais no próprio tablet para superar dificuldades em um determinado assunto. Muitas vezes, na dificuldade de um determinado assunto, o aluno busca diferentes suportes textuais no próprio tablet para sanarestas dúvidas.

Outro ponto que vale destacar em relação às novas aprendizagens se relaciona aos docentes: constituímos um grupo de formação continuada sobre o Projeto Livro Digital, encontros realizados quinzenalmente no Colégio para ampliarmos a reflexão acerca dessas questões com os educadores.

São experiências que possibilitam ampliar o diálogo dos nossos jovens com as demandas do século XXI.

 

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Comunicação e Marketing - Colégio Marista Arquidiocesano

 

 

 
[1] http://www.grupoa.com.br/revista-patio/artigo/10938/nada-sera-como-antes.aspx    

Opinião por Natália Venâncio
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