Colégio Ítaca
10 de março de 2015 | 19h29
A origem do Carnaval é um tema que traz muitas discussões. Se surgiu, inicialmente, na Babilônia ou em Roma, se estava relacionado ao solstício de verão romano ou à quaresma católica, se a palavra carnaval vem de carnelevarium, cujo significado é retirar ou suspender –levare– a carne, ou do carro naval, que percorria as ruas de Roma com pessoas vestidas com máscaras e fazendo jogos e brincadeiras…, nada é absolutamente certo.
O que nos toca é que o Carnaval é “a” festa brasileira. Apesar de não fazer absolutamente todos os habitantes deste país saírem sambando por clubes, ruas, avenidas e passarelas, mobiliza crianças, jovens e adultos de idades diversas, sendo a festa que mais nos aproxima e que mais nos identifica para o resto do mundo.
E é justamente nesse viés que, todos os anos, trabalhamos e brincamos o Carnaval no Ítaca, com os alunos do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental, as crianças de 6 a 10 anos. A resposta deles é, invariavelmente, muito positiva. E, começar o ano letivo com um projeto multidisciplinar, que envolve as disciplinas de Artes, Música e Português, facilita o início do trabalho pedagógico: a festa se transforma em estudo; o estudo tem jeito de festa.
Neste ano, em que o Ítaca completa 25 anos de vida, o projeto foi ler e estudar a Odisseia, obra que contém o relato de Homero sobre o retorno de Ulisses, rei da Ilha de Ítaca, para a sua terra natal, depois de combater na guerra de Troia por dez anos e de viajar por outros dez.
Depois de ouvir histórias ou ler o livro, depois de debater sobre os significados dos relatos, depois de definir e preparar as fantasias e os adereços, fomos para a festa, na véspera do final de semana do Carnaval. A letra do samba-enredo, produzido pelos alunos do 5º ano e suas professoras de classe, e as fotos mostram um pouco do resultado final.
É Ítaca o meu lugar
Naveguei, naveguei, naveguei
Já é hora de chegar
Tô cansado de lutar
É Ítaca o meu lugar
Muitos deuses enfrentei
Mas mortal sempre serei
Muitos deuses enfrentei
Mas mortal sempre serei
Naveguei, naveguei, naveguei
Ciclopes e sereias derrotei
Sou esperto e valente
Agora matarei os pretendentes
Naveguei, naveguei, naveguei
Até o inferno eu cheguei
Muitos homens eu perdi
Penélope, agora estou aqui
Texto: Flávio Cidade, Coordenador do EF1
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