tininhaescolagirassol
16 de outubro de 2015 | 18h02
A importância do brincar – Quem é ou já foi criança sabe responder esta pergunta na ponta da língua. Quanto vale o brincar? Vale qualquer esforço, em qualquer hora, vale tudo e quanto mais livre, melhor é.
Quando observamos uma criança, mesmo que ela esteja sozinha em um ambiente que não lhe permita muito brincar, percebemos que ela está a todo momento procurando uma maneira onde possa criar, imaginar, reinventar sem se preocupar com o que os adultos pensam sobre suas atitudes. Como na fila de um banco quando ela agarra na perna da mãe e brinca de esconder com algum adulto da fila que acha graça em lhe fazer caretas. Com certeza é um adulto que gosta de brincar.
Na escola, a primeira expectativa da criança ao entrar, é de que ela vai brincar naquele local, um lugar onde existem muito mais possibilidades do que em casa. Com espaços diferentes, materiais diversos, várias crianças da idade para brincar o dia todo. Em contraponto, percebemos muitas vezes que a expectativa dos pais ao colocar seu filho na escola, é a de que lá ele aprenda. Aprender o quê? Aprenda a desenvolver todas as suas capacidades intelectuais, muitas vezes esquecendo-se da importância do brincar para o seu desenvolvimento.
E no entanto a brincadeira é uma situação privilegiada da aprendizagem infantil. É importante os pais compreenderem que ao brincar, o desenvolvimento infantil da criança pode alcançar níveis mais complexos por causa das possibilidades de interação entre os pares numa situação imaginária e pela negociação de regras de convivência e conteúdos temáticos. A brincadeira permite às crianças decidir e assumir papéis a serem
representados; a dar significados diferentes aos objetos, transformando- os em brinquedos; a levantar hipóteses, resolver problemas e pensar sobre seu mundo e o mundo mais amplo ao qual não tem acesso no cotidiano infantil.
E os educadores participam do amadurecimento e desenvolvimento de cada um de seus alunos, através da promoção de situações onde a criança aprende brincando. Na rotina de uma escola de educação infantil, o tempo para brincar deve ser oferecido em todas as atividades. Brincar na hora da história, contando-as com o corpo, fazendo sons com a boca; na roda de música, através da dança; na hora do ajudante do dia, com uma parlenda de escolha como Unidunitê; na atividade de linguagem ou outra área, recitando poesias adequadas à faixa etária, no parque, onde além dos brinquedos, existem os espaços que ser tornam lugares imaginários como planetas com extraterrestres, florestas com lobos ferozes, casinhas, o trepa-trepa virando um esconderijo para monstros terríveis e o tanque de areia, um espaço de criar receitas, buracos e melecas.
Na hora de relaxar, um momento de descoberta das sensações do próprio corpo. Sentir a batida do coração deitado em um colchonete, e deixar a preguiça tomar conta. No final do período, brincar novamente, quem sabe até com as crianças de outras turmas. De corre-lenço; de colocar fantasias e se tornar super-herói, mamãe e filhinho; brincar de queimada; de batatinha frita um, dois, três; pular corda; amarelinha; bola de gude e uma infinidade de possibilidades de brincadeiras. Isso tem preço?
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