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Blog dos Colégios

Para educar nativos digitais -- parte 2

Assumidamente pretensioso, quer pelas limitações do autor, quer pela vocação do espaço, o tema proposto tem, essencialmente, a intenção de sensibilizar as pessoas para o quão diferentes são esses filhos do milênio: diferentes, nem piores, nem melhores.

Por Colégio FAAP
Atualização:

E, sempre no intuito de nos agregarmos no esforço de entender as novas gerações, voltamos com alguns subsídios que, colhidos na cuidadosa observação diária, podem contribuir para essa tão delicada e indispensável tarefa.

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Dentre as "qualidades discutíveis" dos nativos digitais, o "multitarefismo" tem sido, a nosso ver, inadvertidamente incensado. Essa capacidade de se dedicar, simultaneamente, a muitos afazeres, tem se revelado uma fonte de incapacidade de concentração num objetivo que demande algum nível de abstração e sacrifício. Tal característica, observada na maioria dessa geração, é causa das dificuldades de estudo daquelas ciências chamadas de "duras" e que demandam uma cota de sacrifícios maiores, sobretudo, em sua iniciação.

Tais dificuldades têm forçado os pedagogos a verdadeiros malabarismos didáticos que, se sempre bem vindos, não são o único caminho para se obter os resultados de aprendizagem desejados. Nesse sentido, cabe a todos os educadores se debruçarem, com determinação e cuidado, sobre tarefa de apoiar e incentivar o educando a obter a disciplina necessária aos inevitáveis sacrifícios intelectuais que o estudo obriga.

Tem sido corriqueiro atribuir à incapacidade didática das escolas a causa do mau desempenho escolar. Por mais lúdicas e interativas que possam ser as didáticas empregadas, elas sempre pressuporão abstrações e responsabilidades que não poderão competir com o universo fantástico das redes e jogos virtuais.

As consequências dessa incapacidade crescente de concentração em certas tarefas (pesquisas mostram que os jovens mudam de tela, em média, a cada 19 segundos) conduzem alguns, erroneamente, a acreditarem que a conquista dessa tão deseja atenção pode ser obtida pelo uso massivo da tecnologia. Considerar a tecnologia como a única solução para os atuais desafios pedagógicos é tão equivocado quanto a resistência em usá-la.

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Professor Henrique Vailati Neto é diretor do Colégio FAAP - SP. Formado em História e Pedagogia, com mestrado em Administração. É professor universitário nas disciplinas de Sociologia e Ciência Política. Tem quatro filhos e quatro netos.

 

Troque ideia com o professor: col.diretoria@faap.br

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