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Os tempos do ser educando no isolamento: cuidados maiores

Entre Cassandras e Polianas, existe um largo território que o educador deve povoar sempre. Da mesma forma que quem vive para educação não pode se banhar nas águas turvas do pessimismo, não pode o educador se encantar com quimeras. Para nós, não importando a rudeza do momento, a estrela da esperança deve ser o norte.

Por Colégio FAAP
Atualização:

Buscar, sempre, lições nas dificuldades tem sido um exercício salutar e extremamente útil, embora cada vez mais difícil.

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Se a pedagogia tem como pressuposto basilar o princípio dos ritmos de cada educando e o sagrado respeito a eles (embora a educação de massas faça ouvidos moucos a esse óbvio), a observância cuidadosa dessas velocidades individuais de maturação e aprendizado, na intermediação tecnológica que vivemos, tem exigido um constante cuidado: o afastamento físico implica, também, na dificuldade de observarmos, de perto, o milagre do crescimento.

Para amenizar tal lacuna, nosso Colégio redobrou o acompanhamento individualizado de cada aluno em cada aspecto das diversas disciplinas, tanto para se atender a demandas e carências pontuais, quanto para se ajustar critérios de avaliação. Verdadeiros calcanhares de Aquiles da educação e que já comprometeram muitas vidas através do tempo!

No mesmo foco do "tempo fugidio" (não perdido como apregoam alguns), somos surpreendidos pelas surpresas do crescimento. Nas crianças e adolescentes o passar de dias marcam profundas transformações físicas, intelectuais e psicológicas de que somos grandemente privados pela intermediação virtual. Algumas semanas, sem um contato mais próximo, e partes de um novo ser surgem pelo milagre da vida.

Mais que roubados desse inefável prazer de acompanhar um ser se desenvolvendo, o distanciamento físico atrofia a nossa percepção para as novas demandas desses seres em mutação. Pelo reduzido contemplar de rostos em monitores, pelo diálogo modificado pela via informatizada, já podemos nos dar conta de que somos atropelados pela vida que não desacelera para nos esperar.

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Se não quisermos que os pessimistas tenham razão ao falarem em "tempos perdidos" (aliás, todos eles deveriam ser banidos da educação!), há que ficarmos em alerta máximo, não apenas para não sermos surpreendidos por "novos antigos" alunos que receberemos no retorno presencial, mas para que possamos continuar a orientar e amparar os nossos alunos como sempre fizemos. Eles estão crescendo de uma forma diferente do que já vimos!

Para tanto, temos insistido em nosso Colégio, na interatividade, na mais intensa e constante participação dos alunos no processo de aprendizado, fazendo-os, enquanto sujeitos da educação, nossa maior referência - o que sempre foi a nossa marca!

Professor Henrique Vailati Neto é diretor do Colégio FAAP - SP. Formado em História e Pedagogia, com mestrado em Administração. É professor universitário nas disciplinas de Sociologia e Ciência Política. Tem quatro filhos e quatro netos.

Troque ideia com o professor: col.diretoria@faap.br

 

 

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